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Crônicas corrosivas e gestos de amor

Category: Crônicas Pequenas (page 1 of 2)

Textos Curtos e Crônicas Pequenas da Literatura Corrosiva

Crônicas Pequenas da Literatura CorrosivaO tempo escasso. Com pernas amputadas. As 24 horas já não são vinte e quatro horas. Perderam espaço e identidade. Hoje é preciso objetividade. No mundo do pouco tempo, pouco tempo nos resta. Então, cuide de cada segundo como a preciosidade que nunca mais lhe voltará ao colo. Como Crônicas Pequenas escolhidas para enriquecer seu dia.

Neste blog, tento deixar meu lado prolixo, e assumir a brevidade que todos procuram.

Se o seu relógio avança impiedosamente, mas está decidido a mergulhar no mundo da literatura, deixo-lhes aqui, minhas Crônicas Pequenas. Talvez não sejam tão pequenas quanto gostariam, mas são crônicas de um mundo breve, e pequenas brevidades.

Homem de Isopor

Era um homem de isopor, esfarelado isopor. Torpor emocional, patético inspirar e expirar. Como se as engrenagens não se considerassem, como se os elos se desfizessem em simples argolas.

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O Sopro e o Adeus

Era um dia qualquer sob um manto de tristeza qualquer. Não. Não era tristeza. Era monotonia, saca? Daquelas que pedem uma mudança de ares, imediata. Assim, fui ver a vida lá fora. E caminhando entre cinzas e nada, me deparei com um rosto conhecido entre máscaras desconhecidas. Vontade correr.

…corra.

… … corra.

Um momento, um flash, estendi a mão e disse um olá como vai meio falso.

Ele tentou sorrir.

Mas não sorriu.

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E Quem Poderia Prever…?

Como quem não suportava, não me suportei – esta loucura redimensionada em minha pele seca e visão ressequida. Olhos entrelaçados, um mistério que me consumiu, a intensidade sôfrega desenhada em mim. E sob a chuva negra, correndo sem participar de sorrisos aleatórios, não deixo de me perguntar: quem poderia prever que você pudesse me amar?

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Viagem no Tempo

Tinha um dom único: viajar no tempo. Sem máquina, maquinaria, apetrechos ou afins. Um deslocar-se assustadoramente unidirecional: voltava no tempo. Jamais podia avançar no futuro. Descobriu o dom assim, do nada. Na juventude, 12 ou 13 anos, perdido entre lâminas afiadas do arrependimento, desejou voltar atrás e refazer tudo. Fechou os olhos, e de repente… estava lá. O mesmo corpo. A mesma cena. Um minuto antes. Tempo suficiente para desfazer a bobagem. Ou melhor ainda, nem sequer cometê-la.

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ESTE É O FIM

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PARANOICO, NÃO ANDROIDE

Testando… um, dois, três. Personagem no cume das atenções. Reciclado. Em teste. Ainda não habita, mas tenta se habituar. Personagem com 35 anos mal cumpridos abre a janela e é alvejado pelo Sol. Como um vampiro, sente sua pele arder. Há um cheiro de queimado no ar. Recicla-se. Novas ponderações. Vida tolhida. Restos colhidos. Ratos, baratas, flores. Hora da limpeza. Ainda é um teste. Ele não sabe se vai funcionar. Ele ainda vê o mundo pelo retrovisor – só percebe o que passou.

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AUTOBIOGRAFIA

Nasci um gênio. E hoje sou um tolo.

Estive em sete países, mas não lembro quais são. Já me encontrei com Raul Seixas, e achei que fosse um sósia. Dormia de dia, escrevia a noite, e sonhava nas horas vagas. Já amei tantas vezes que esqueci a diferença entre um “oi” e um “eu te amo”.

Já levei dois socos, mas não caí com nenhum. Já ouvi “me perdoe” várias vezes, e em metade deles, duvidei da sinceridade de quem dizia. Já tive uma banda. Minha primeira música se chamava “A Domável Vítima da Ditadura”.

Já quis ser famoso. Já quis desaparecer e me esconder do mundo. Andei pela noite a procura de alguém, e na volta, sempre procurava por mim. Fiz boas ações. E muitas cagadas. Não me orgulho de ser, mas me orgulho de estar.

Ao escrever o título deste post, pesquisei no Google para ver se era “autobiografia” ou “auto-biografia”.

Nasci um gênio, e hoje sou um tolo.

Rosto vazio - autobiografia

CHUTANDO FANTASMAS

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Exclua a Imperatriz do Seu WhatsApp

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Para você, para sempre

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