Poema Sobre Simbiose

Ela lá e me sinto cá

Torpe, tolhido

A fumaça que me agride

A neblina que retarda

Uma vida desfalecida

Entre sombras do passado

Repassando horas vigílias

Execrando pobres poemas

Entre velas e eras

Paralisado, num vício de teus olhos

Restam-me ecos

Restam-lhe sonhos

O suor serpenteando seu corpo

Calejando tez e cílios

Redecorando memórias

Sob minha pele

Mas fora do alcance de minhas mãos

Apenas nos perdemos

E tanto nos perdemos

Nesta frágil simbiose.