Emily sentia-se imóvel em seu quarto sem portas e janelas, paredes brancas, imaculadamente estéreis. Aquele ambiente ecoava um vazio de emoções, o silêncio serpenteando sua cama vazia e frios lençóis.
Nas fotos ela sorria, é verdade. Mas em seu quarto, a garota feliz chorava. Por isso, decidiu desnudar-se do véu de falsas alegrias que vestia diante das lentes.
Deixou o celular de lado e pegou papel e caneta. Será que ainda conseguiria escrever, voltar aos métodos dos seus ancestrais?
Então, Emily escreveu. Simplesmente, escreveu. Derramou naqueles papéis muito mais do que as lágrimas que manchavam a tinta da caneta. Também derramou seus mais secretos sentimentos, sem vergonha, sem culpa. Não havia necessidade de tentar agradar àqueles que sufocavam sua autenticidade. Emily, pela primeira vez, tornou-se Emily.
Ao final, um texto que provavelmente ninguém jamais leria, destinado à escuridão de uma de suas gavetas. Mas isso pouco importava. O texto havia surgido e cumprido seu objetivo da forma mais nobre possível.
Depois de escrever, Emily parou de chorar.
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Bonito escrever coisas em que o leitor pode se ver.
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Excelente crônica. Realmente uma ótima forma de desabafo.
Muito bem escrito. Parabéns.
Amo você e sua criatividade – com carinho, Day ❤
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Muito bonito “As Lágrimas de Emily”. É um maravilhoso recurso escrever o que vai na nossa alma. Como para a Emily, certamente, poderá também nos ajudar. Parabéns!
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Sem dúvida, Valquíria, um poderoso recurso! Obrigado!