Filtrava-se como se pudesse se esquivar da fúria do Tempo. A fúria das horas. A fúria que aflora nas horas de solidão. Era inócua aos seus medos. Mas determinada diante dos seus objetivos.
Costumava caminhar, e às vezes, percebendo ou não, deixava restos do que ficou e do que sonhava para trás. Pensava, inerte: e se eu voltar? Voltaria, se pudesse? Voltaria, se quisesse? Podia e, vez ou outra, queria. Mas o que ganharia? Não se constroem castelos com pedaços do que ficou. Do que se jogou, justamente por julgar, num momento de inspiração, um peso morto.
Mas o medo do fim teve fim. Findou-se numa tarde em que o sol se apagou. Num lapso, faltou-lhe ar. Estranhamente, não um sorriso. O mundo veio abaixo. Mas ela não. Nem ela, nem sua pele, nem seus objetivos. O mundo em pó. E ela, só. Mas não tão só. Olhou ao redor. Figuras emergindo das cinzas escuras. Viu-se naqueles rostos. Naqueles olhos confiantes. Naqueles sorrisos de alívio. Pela primeira vez, não se sentiu ameaçada. A ameaça e o Tempo não mais andavam de mãos dadas. Desatada, ela conseguiu enfim encarar o futuro.
Naquele dia, fez as pazes com o Tempo.
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Esse texto é para mim 😢
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esse texto e uma crônica né
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Sim, Yasmim. É uma crônica reflexiva.
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Essa crônica é de sua autoria, Juliano?
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Sim, Adrielly.
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Muito profundo… refletir sobre a vida, o resgate de si mesma para encarar o futuro.
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Puxa …que belo texto. Dá para se colocar no lugar do personagem como se fosse ela…
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Gostei parece -me que ela teria algo,muito importante para se resolver e o tempo estava, se esgotando…
contudo em fim ela consegue encarar o futuro!!!
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hummmmm… Je sais
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Hum…
Gostei de “A fúria que aflora nas horas de solidão”…
Gostei do texto texto todo…
Who is she? “Quem é ela? Quem é ela? Eu vejo tudo enquadrado…”