Tinha um hábito imbecil: acordava, apanhava o celular e tirava uma foto do seu rosto amarfanhado recém-amanhecido. Nem se dava ao trabalho de avaliar o grotesco resultado. Apenas descarregava a foto no computador, na pasta ENVELHECENDO DORMINDO. Nunca fez questão de examinar se havia vermelhidões, remelas amareladas ou esbranquiçadas, ou qualquer outra marca deixada pelo travesseiro encharcado de saliva. Apenas o registro. E lhe bastava.
Certo dia, o tédio lhe fincando adagas no peito, abriu a pasta ENVELHECENDO DORMINDO. Ali havia 328 fotos tiradas nos últimos 328 dias. Ideia tosca ou não, era um rapaz fiel aos seus propósitos.
Abriu um editor de imagens e criou uma animação como páginas de um livro, as fotos passando rapidamente, cinco delas por segundo. Enquanto isso, ele recitava um poema de sua autoria chamado “Poetas Envelhecem, Morrem e Vendem Livros”.
Postou tudo no YouTube.
Primeiro mês, um milhão de views. Contatos publicitários, oferta de emprego, fama repentina.
Daquele dia em diante, só acordava sorrindo.
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Autor?
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Todas as crônicas na Literatura Corrosiva são de minha autoria.
http://corrosiva.com.br/sobre/
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TEXTO PEQUENO,PORÉM EXPOSITIVO.
A vida é assim passa no piscar de olhos,vamos ser mais atendo ao dia dia,são eles que constrói a nossa história,nascemos,crescemos,vivemos e morremos, más a nossa biografia permanece.
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Obrigado pelo seu comentário
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Que tal fazer negócios com suas próprias mazelas?????? Business, man, business… hahahaha… Desde que o sucesso não siga de suicídio, ok! Youtube é tudooo!
Obs* Tudo de bom estes “pockets”, estes textos curtos, porém mto bem escritos não eximido da densidade dramática…