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Crônicas corrosivas e gestos de amor

Como escrever com estilo

O que é o Estilo Literário? Como você pode identificar e potencializar o seu estilo?

Como escrever com estilo? Para responder esta pergunta, precisamos entender primeiramente o que pode ser definido como estilo de um escritor? Estilo Literário é a maneira particular que um escritor utiliza para compor suas obras. Elementos de sua personalidade podem pincelar sua escrita. A amargura pode ser revelada em textos corrosivos. A alegria pode salpicar aos olhos dos leitores com a escolha de palavras leves e aquietantes. O medo tinge o papel, a coragem se esparrama pelas folhas soltas. Isso não significa que todo escritor revela sua personalidade por meio de seu material escrito. O Estilo Literário também pode ser intencional, cuidadosamente construído por seu minucioso artista. Intencionais ou não, estas revelações sobre si caracterizam o estilo de um escritor.

Quando você escreve um texto, você está compartilhando parte de sua experiência de vida com milhares de pessoas, ou meia dúzia delas (no meu caso, a segunda opção). Sua amargura ou alegria, criatividade ou estupidez, pode bater cartão do outro lado da rua. Ou quem sabe, cruzar oceanos. E isto é algo que você deve prezar. O SEU estilo. Próprio. Único. Exclusivo. A sua impressão digital literária.

Estilo Literário - A Arte de Desenhar a Si Mesmo em Palavras

Por isso, lembre-se: ao escrever, seu estilo literário precisa saltar das páginas de um livro (ou da tela de um computador). O estilo precisa ser um exibicionista. Isto fará a diferença. Isto tornará seus textos únicos, fluindo sua alma em cada letra escolhida, ainda que aborde um assunto já tratado com insistência por outros.

Mas não pense no Estilo Literário como algo automático, que se derrama suave e automaticamente, à medida que escreve. Ele pode, e muitas vezes precisa, ser lapidado. A questão é: Como conseguir isso?

Escreva Sobre o Que Você Conhece Bem

Uma das formas mais notáveis de trazer seu Estilo Literário à tona é escrever sobre algo que você conhece muito bem. Aquilo que reside no fundo do seu coração e que você gostaria que outras pessoas pensassem a respeito. Quando falamos sobre algo que pulsa nosso coração, que salta pelos poros de nossa pele, o Estilo Literário mostra suas caras e bocas. Este será o elemento mais sedutor de seus romances ou crônicas narrativas.

Coragem Para Cortar o Desnecessário

Sua eloquência precisa servir ao propósito de suas ideias – coroá-las, e não confundi-las. Por isso, se uma sentença, por melhor que seja, não for essencial ao propósito descritivo, não tenha piedade: elimine. Ideias desnecessárias foram feitas para serem decapitadas.

Soe Como Você Realmente É

E que alternativas você tem a isto? Infelizmente, alguns novos autores tentam soar como seus escritores favoritos. E isto é péssimo, já que polui sua identidade e obscurece aquilo que você tem de melhor. Não tente parecer com outros escritores que impactaram sua vida, mesmo com aqueles que inspiraram a fazer da escrita uma carreira. Ainda que você possa ser influenciado por algum Estilo Literário, não permita que o estilo de outrem ocupe o lugar da beleza natural que sua escrita pode assumir.

Em resumo, seja você, e dane-se o resto. E não se esqueça de que seu Estilo Literário é a arte de desenhar a si mesmo em palavras.


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11 Comments

  1. Rafaela

    at

    E se o meu estilo for parecido (admito, MUITO parecido) com o de outro autor, o que faço?
    As vezes quando tento ser sincera, me atrevo tanto com meus textos que dá até vergonha de escrevê-los, (Imaginar é uma coisa, escrever é outra). Ponho toneladas de sentimentos em uma só cena.

  2. Junior

    at

    Resposta: Procure viver e ser você mesmo na hora de escrever. Eu tento fazer assim. Só que, admito, às vezes dá vergonha porque você meio que expõe sua personalidade a todos. Imagine o que acontece se os outros não gostarem dela… No meu caso, o livro que tenho pra escrever, eu o vejo como uma obra que pode expor uma boa parte do que eu sou. Ou seja, quando alguém achar que me conhece, ou quiser me conhecer, eu poderei indicar este livro e dizer algo assim: depois que conseguir ler este meu livro, então você poderá me dizer que tem uma ideia sobre quem eu realmente sou. Mas há dois fatores importantes nisto, é claro: 1 – tem que ser sincero e falar de algo que viveu, o que sente e como pensa; 2 – a gente pode mudar com o tempo. Conhecer pessoalmente sem sombra de dúvida é melhor né, mas também demora muito mais rsrss.

  3. Gabriel Bueno

    at

    Eu sempre fiz textos,mas soavam como o meu autor favorito,estou tentando mudar a minha forma de escrita,do jeito que eu escrevo é diferente,até mesmo mais “violento” do que da forma que meu autor preferido soa. Meus personagens as vezes ficam muito iguais aos dele,mas acho que estou,aos poucos,conseguindo reverter isso. Obrigado pelas dicas,abraços.

  4. Andrey Viana Maia

    at

    tenho a ideia, o tema e até mesmo o texto, que ainda não escrevi, mas que estão em minha mente ainda, eu sei que sou capaz mas penso o fazer depois que o livro tiver pronto, quem vai edita-lo, quem devo procurar para finalmente tirar ele das minhas gavetas da alma e mostra- lo então para o mundo esse assunto que grita na minha mente.

  5. Ivoneide Santos

    at

    Obrigada pelas dicas e ensinamentos, os quais me ajudaram a concluir meu livro.

  6. Sabine

    at

    Meu caro, caro Juliano:
    Sofro desse mal de estilo que você descreveu: vezes tento ressoar como meus escritores favoritos.
    Estou tentando me livrar de tal vício.
    Um vez li que para se aprender a escrever, é necessário ler, e muito. Li para aprender a ler verdadeiramente. E ao ler, fui escrever. Mas com a carga estilística de tantos livros lidos.
    Sobre mim: sou uma devoradora de livros desde pequena.
    Publiquei pequenas escritas e poemas aos 14/15 anos.
    Quis fazer jornalismo/letras mas acabei por me tornar designer gráfica e ilustradora (coisas do “destino”?). Mas os livros sempre foram minha grande paixão.
    Retomo a escrita agora, eu, bem mais velha.
    Alguns apreciam muito minhas as crônicas – mas elas “sofrem” da grande influência de Sylvia Plath, minha escritora preferida. Voz muito feminina e cruel.
    E aqui está minha dúvida: sinto (sei) que sou prolixa e desgasto minha escrita com mil e um adjetivos e metáforas para descrever cada cena ou emoção, e acho que aí está minha deficiência. Fica cansativo.
    E justamente, os escritores que mais aprecio sabem “enxugar” seus textos de tantos melindres; Salinger (em “Franny et Zooey” e “Seymour”), Paul Auster, Jack London e até mesmo Sylvia Plath, mordaz e crua na sua linguagem, utilizando adjetivos ou metáforas na dose certa. Nem mais nem menos.
    Problema: escrevo com meu estilo (se é que tenho um…) e depois decapito as palavras desnecessárias SEM PIEDADE, ou tento escrever mais concisamente já num primeiro momento?
    Ah sim, sim, escrever todos os dias, a disciplina diária e necessária, ok, já entendi. rs.
    Mas e depois, como enxugar minhas escritas? Faço a mais para depois chegar ao menos?
    Obrigada desde já e espero não ter sido, mais uma vez, prolixa. Uffff..
    Ótimo blog o seu!

  7. Kathleen Cris

    at

    Escritor, amei suas palavras realmente elas demonstram verdade… Estou pensando em escrever um livro, mas tenho medo de que não dê certo. Gostaria de saber se você tem algum conhecimento para a publicação de uma autobiografia. Entre em contato comigo, por favor.
    Agradeço desde já. . .

  8. PluckdNotie

    at

    Muito bom.

  9. Brenda Lais

    at

    Caro, escritor.

    Achei incrível sua escrita e sua dicas. De maneira que entrega ao leitor cada palavra de sua alma generosa. Obrigada.

  10. Julia Tetzlaff

    at

    Todos os seus textos são incríveis, tenho que agradecer do fundo do coração por todos eles, sério haha. Tá me ajudando pra caramba.

  11. Marco Alzamora

    at

    Espetacular! Quase não dá para soar como “escritores favoritos”! Límpido, lúdico e leve!
    Cativante escrita esclarecedora. Parabéns Juliano! Lendo sua lavra aprendi muito sobre o que eu penso que sou e o que penso que escrevo.
    Abraço.
    Marco Alzamora

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