Desce. Sinuosa a rua lhe embaralha as vistas. O sonho que escorre pelo rosto é a embriaguez das horas passadas. Noite. Silêncio. Trôpego. É o corte no peito. É a esperança perdida.
No caminho, surge um vulto, um movimento perpétuo, uma outra alma decadente. Olho no olho, reconhecem-se. Não de outras eras, mas da mesma fossa. O mesmo tédio que lhes estoca o peito. Verte sangue. Verte pleura. Verte pus. E reluz a adaga perdida, imbuída da mesma fração. O mesmo vermelho que corre do peito e decora a calçada.
Os olhos que se encontram, deixam lágrimas. Salientes, corpos tesos, se recompõem, e sob pés que se arrastam, se distanciam, conquistando a escuridão. Nunca mais se verão. Até que o medo lhes impute o desespero, e ganhem a noite outra vez buscando a solução.
at
Isso realmente foi profundo… me deu até vontade de chorar! Rsr