É tua pele. É esta tua graça que se espalha em meus sonhos. São estes teus cílios que acompanho ritmarem a batida de meu coração. Compassados, descompassam minha concentração. Sorrisos que redesenharam meus sonhos. Outras cores. Outras formas. Meus sonhos redesenhados. Sempre me vejo em cima de árvores, casas, vistoriando o horizonte. Esperando o surgimento de tua silhueta. E quando a vejo, corro em tua direção. O deserto não me importa. Liberto, meu amor me transporta. Acerco tua presença que me conforta.
E por que sempre vejo o medo dançando em teus olhos? Fantasmas ditando teus passos, conferindo embaraços. O invisível saltando aos teus olhos. Mas acredite: não são teus medos. Deixaram de ser teus. São nossos. Crescem em nossa pele. Conduzem-nos por estradas estranhas e sombrias. Pés descalços. Pés em falso. Poderíamos cair? Ceder? Desistir? Então, me dê sua mão. Aqui entramos juntos. Daqui, juntos sairemos.
Venho dizendo isso um milhão de vezes, e vou dizer mais uma vez: não são teus medos. São nossos. Tua solidão é minha solidão. E não sou mais eu. Sou apenas teu.
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