Mais um dia na vida do coelho abandonado
A caça se entrega, o corpo traspassado
Minhas algemas, minha poesia perdida
Versos rimados, unidos pela melancolia
Espalhados no caos
Velas no vento tirano
Palavras duras
Verdade nua e crua
Pane, pânico, seu coração engaiolado
Preso a outro mundo
Distante, separado
E a mim restando peças num quebra-cabeça
Peças que não se encaixam
Que não se criam
Que me deixam com a repetitiva sensação
De ser apenas mais um marcado
A marca repetitiva
Mais uma peça sem encaixe
Mais uma sem cor, sem resposta, sem perdão
Sempre buscando amor, liberdade
O calor, o complemento, a razão
E um pouco do tudo vigente até então
Mas só há naqueles restos
Traços da loucura e derrotismo
E engano a mim mesmo
Tentando encontrar um padrão
Enquanto restos são tão descartáveis
Quanto o copo plástico em tuas mãos.
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