Corrosiva

Crônicas corrosivas e gestos de amor

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SUAVE SONHO DE UMA NOITE SEM FIM

Seus brinquedos empilhados em um canto da sala. Suas malas, seus restos, seu rosto no espelho manchado. Um sonho montado às pressas, frágil castelo com cartas marcadas do seu baralho. E ainda estou atrás de sua porta, tentando ouvir seus segredos. E ainda sigo seus passos, compondo canções com seus suspiros.

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SR. Google Pacheco

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Evite que suas personagens tenham a mesma voz

Como dar uma identidade única a cada uma das personagens de seu livro? Textos envolventes pedem personagens bastante diferentes

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Como escrever com estilo

O que é o Estilo Literário? Como você pode identificar e potencializar o seu estilo?

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O OTIMISTA E O PESSIMISTA

Um barzinho qualquer. Uma conversa qualquer, aquela que melhor convir.

– Droga de vida!

– Por que isso, cara?

– Ah, essa porcaria toda.

– Mas que porcaria?

– Essa estrumação onde vivo.

– Esse papo de novo? Não tem nada de tão ruim em sua vida.

– Ah, não? Quer que eu enumere?

– Cara, acho que você só reclama por reclamar. Tipo, você se acostumou com isso, e parece se sentir seguro com esta situação.

– Eu não me acostumei a reclamar. Mas acho que me acostumei a sofrer.

 

– Então, enumere.

– Quê?

– Você falou sobre enumerar a porcaria toda. Enumere.

– Ah, essa droga toda.

– Que droga, cara?

– Essa vida, esse fedor.

– Você está sendo evasivo.

– Meus dias, meu passado, meu futuro.

– Ainda evasivo.

– O que quer que eu diga?

– Seja específico.

– Ah, você não quer que eu enumere, quer?

– Quero, sim.

– Ok, ok, animadão. Olhe ao redor. Olhe isso. Olhou?

– Aham.

– Agora, olhe para mim. O que está vendo?

– Hum… Meu melhor amigo. Um cara bacana, engraçado, culto…

– Cale a boca. Você me deprime com esse papo cara.

– Isso se chama elogio sincero.

– Elogio, elogio. As pessoas precisam de elogios para ter coragem de enfrentar o dia seguinte, isso sim. Tipo, um combustível. Esse papo todo, balela.

– O que quer que eu diga?

– Quero que enumere o que há de ruim em mim.

– Não, senhor. Não mude o rumo das coisas. Quem vai enumerar é você.

– Ok, ok… Vamos lá. Tá preparado?

– Claro.

– Não vá chorar.

– Tenho certeza que não.

– Como pode ter tanta certeza?

– Para de enrolar e fale logo.

– Ok, ok. Primeiro: – Ergueu o dedo indicador. – Meu passado. Desde criança… Assim, desde molequinho mesmo. Catarrento e tudo mais. – Parou. Um instante. Uma reflexão. –  Fala a verdade: você me acha mesmo um cara bacana?

– O mais bacana que conheço.

– E esse papo todo de ser engraçado…

– Não é papo. Quem te conhece, sabe disso.

Baixou o dedo indicador. Começou a rir.

– Já te contei sobre o que aprontei naquelas férias com a turma, ano passado.

– Não.

– Não mesmo? Cara, foi show…

Viagem no Tempo

Tinha um dom único: viajar no tempo. Sem máquina, maquinaria, apetrechos ou afins. Um deslocar-se assustadoramente unidirecional: voltava no tempo. Jamais podia avançar no futuro. Descobriu o dom assim, do nada. Na juventude, 12 ou 13 anos, perdido entre lâminas afiadas do arrependimento, desejou voltar atrás e refazer tudo. Fechou os olhos, e de repente… estava lá. O mesmo corpo. A mesma cena. Um minuto antes. Tempo suficiente para desfazer a bobagem. Ou melhor ainda, nem sequer cometê-la.

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D’ARTAGNAN, O FILÓSOFO E A FESTA

D’Artagnan se propôs um pequeno desafio: dar apenas três passos em linha reta. Levando-se em consideração as latinhas de cerveja que secara naquela festa, desnecessário dizer que não foi bem-sucedido. Orgulhoso irredutível (e defensor absoluto dos incisivos porres diários), botou a culpa no salame: “Aquela porcaria tava estragada”.

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Poema e Ânsia Pela Cidade

Poema sobre a busca de si mesmo na felicidade refletida em outros olhos

Que se me bastasse o frescor desta preciosidade

Que me batesse forte em minha pele teu coração

Sombra rotunda que me acompanha teus passos

Um laço que me ceifa vista olhos em céu

Brindar teu chegar como quem brinda o amanhecer

Amanhece teu ser em meu peito já tomado

Projeta boca e pele que me reveste ansiedade

Ânsia pelo só, ânsia pela cidade

Ressoando cílios em meus lábios já partidos

Compreendendo tragédias neste corpo entregue

Alegue teu céu esparramado em meus cílios

Apegue teus véus e me envolvam idílios

E me brinde a realidade que vier

Que dos vermes em meu peito

Que dos medos em teu leito

Me escondo jaz

E aqui posso me esconder

E a que posso te proteger.

DARTÓFOLIS

Não conseguir se lembrar de quando acordou é algo assustador. Pior ainda é não saber como se veio parar aqui. Quer um pouco mais de tempero TERROR na trama? Eu nem sequer sei onde é “aqui”.

Estupefato, confuso, olho ao redor. Recolho informações: aqui é uma rua movimentada. Pessoas indo e vindo apressadas. Normalidades anormais. E um cheiro acre no ar. Cheiro azedo, oras. Mãos secas. Ar úmido. Nervos e pele. Sou eu, mas… quem eu sou, afinal?

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ALTERNATIVAS

Desde pequenos nos deparamos com escolhas que podem – e fazem – toda a diferença em nossa existência. Escolhas que podem impactar positiva ou negativamente até a raiz de nosso ser, não só no momento em que a decisão é tomada, mas por toda uma vida. Más escolhas e suas mórbidas consequências, sentimentos de culpa, e toda aquela lamúria acompanhante.

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