Uma crônica literária em homenagem à Nubank

A vida tem dessas coisas. Reviravoltas que às vezes nos deixam tontos, mas em outras, colocam tudo no eixo.

Com o Macedo foi a segunda opção.

Já fazia tempo que sua vida andava meio torta. Planos feito e refeitos – no entanto, experiências reais andavam muito raras.

Sempre quis abrir uma empresa, mas quando o sonho virou realidade, durou menos de um ano. Exigências, desorganização, falta de empatia – clientes e funcionários eram apenas números.

Em casa, não era diferente. Ele e a esposa sonhavam com um filho, mas por enquanto, só os dois calados entre as estreitas paredes de um apartamento, cujo único som era o da TV.

Até que um dia Macedo teve uma inspiração, quase uma revelação.

E tudo aconteceu quando ele adquiriu o cartão de crédito Nubank. Mas, o roxinho não se tornou apenas mais um cartão em sua carteira. Na verdade, ele ficou encantado pelas ideias e ideais da empresa, dominado pelos princípios da fintech.

E foi assim que Macedo percebeu que sua vida andava mecanizada demais. Para ser feliz ele precisava desburocratizar.

Abriu novamente uma empresa, mas dessa vez, priorizou atendimento ao cliente e colaboradores satisfeitos. Passou a vê-los como pessoas, não meros números frios.

E na hora de realizar o sonho de ter um filho, deixou a obrigatoriedades de lado e curtiu o momento. Aliás, foi em uma dessas noites regada a Lionel Richie e um Cabernet Sauvignon que a filha Amanda deu o primeiro passo para ser concebida, nove meses depois.

Reviravoltas que colocaram o agora homem realizado no eixo.

Mas, isso não aconteceu por ele tentar o inverossímil.

Como membro da nação roxa, Macedo apenas reinventou o possível.


SOBRE O AUTOR

Juliano Martinz é escritor, biógrafo e criador do site Literatura Corrosiva.