Corrosiva

Crônicas corrosivas e gestos de amor

Como Escrever Diálogos Realistas em Livros e Textos

Diálogo é aquele momento em que você se despe da função de narrador, e entrega a responsabilidade para a personagem. O problema é quando ela não tem a mínima ideia de como se desencumbir disso

A descrição da cena vai bem. A personagem faz o que tem de fazer. O enredo se encaminha para um grandioso clímax. E, de repente, lá estão as duas personagens-chave, frente a frente. O grande momento. Uma delas abre a boca para a grande declaração… e fica com a boca aberta durante vários minutos, sem saber o que dizer.

Não, o súbito silêncio não faz parte da trama. O problema é o branco na mente do escritor, diante da necessidade de criar um diálogo realista e intenso. Uma situação bastante comum entre autores iniciantes.

Você deveria se preocupar com o diálogo de suas personagens? É evidente que sim. Um diálogo bem construído é capaz de enlaçar a atenção dos seus leitores. Por outro lado, diálogos ruins causam o efeito contrário: fazem com que os leitores larguem o livro e procurem algo mais interessante para entretê-los.

Por isso, os diálogos não podem ser colocados na lista dos elementos menos importantes em um livro. O bom escritor precisa dar a devida atenção aos diálogos de suas obras se há de conseguir manter a atenção dos leitores até o fim.

Mas como fazer isso? Como escrever diálogos realistas e envolventes? As dicas a seguir podem ajudá-lo.

Ouça as Pessoas

Ouvir pessoas ao escrever diálogosVocê presta atenção no que as pessoas à sua volta dizem? Não, não me refiro à essência do que elas dizem. Estou me referindo à maneira como elas se expressam, como utilizam as palavras para construir suas ideias, como conversam. Este tipo de exercício é essencial para ajudar você a entender um pouco mais a natureza humana e em como as pessoas utilizam o recurso da fala para se expressarem.

Será que o diálogo abaixo é realista?

– Bom dia, Amanda. Que prazer reencontrá-la aqui. Estava com saudades!

– Ah, obrigada. Também sentimos sua falta. Até estávamos falando em você, esses dias. Como tem passado?

– Estou bem. Naquela velha correria de sempre. E você? O que tem feito?

Whaaaaat??? Quem fala assim?

Conversas são mais dinâmicas, e isto precisa ficar evidente nas conversas entre suas personagens.

No entanto, há uma palavra de cautela. O que nos leva imediatamente ao passo seguinte.

Corte o Irrelevante

Corte o irrelevante ao escrever diálogosOk, você prestou atenção em como as pessoas falam. Agora imagine que você grave um diálogo e depois transcreve-o, palavra por palavra. Como definiria o resultado? Uma chatice de dar nó no estômago.

– E aí?

– Fala.

– Beleza, cara?

– Tudo na paz.

– E as novis?

– Nem te conto.

– O quê?

Para!!! Ou vou fechar o livro e assistir TV.

Sim, as “conversas faladas” possuem elementos que só são significativos quando pronunciados. Mas quando escritas em um livro, perdem o sentido e podem torná-lo chato e cansativo. Assim, você precisa cortar o irrelevante. Retire os elementos das frases que não contribuem para o enredo.

Assim, você precisa casar as duas dicas acima: escreva como as pessoas falam (ou seja, conversas mais dinâmicas), mas cortando o que é irrelevante.

Use Somente Diálogos Indispensáveis

Cada linha de um diálogo precisa ter uma razão de existir. Mas, se as palavras estão ali apenas para acrescentar volume aos textos, será necessária uma pequena dose de ousadia para cortá-las. Em caso de dúvidas, experimente eliminar alguns dos diálogos e veja se isso desestrutura todo o bom andamento do enredo. Após fazer isso, caso seu texto ficar “manco”, você saberá que o referido diálogo é indispensável.

Use Diálogos Com Falas Curtas

Aquela coisa de construir diálogos onde cada personagem tem uma fala de umas 70 palavras – além de irreal, é bastante cansativo. Pense na primeira dica alistada acima: observar as pessoas falando. São raros os casos em que as pessoas ficam discursando enquanto as outras apenas ouvem. Diálogos costumam ser dinâmicos. O próprio termo “diálogo” subentende isso. Portanto, não exagere nas palavras em cada fala. Não use 10 palavras quando 5 dão conta do recado. Isto ajuda a fluir as ideias com mais facilidades, conferem dinamismo à conversa, e são bastante envolventes.

Insira Descrições Entre as Falas

Os olhos dos seus leitores precisam de descanso, e isto se aplica principalmente nos princípios aplicados a como escrever diálogos.

Assim, você pode fazer isso por inserir breves descrições ao longo dos diálogos. Portanto, nada de manter um longo diálogo sem interrupção por uma página inteira (ou várias).

De fato, este tipo de quebra dos períodos ajuda o leitor a visualizar melhor o que está acontecendo ao redor da conversa, além de ser mais fácil para os olhos assimilarem o conteúdo.

Cuidado Com Gírias e Estereótipos

Tentando deixar os diálogos realistas, muitos escritores apelam para o uso de gírias, estereótipos e até tentam evidenciar o sotaque da personagem.

No entanto, tenha cuidado! Estes recursos costumam ser distrativos, e podem chamar a atenção do leitor para as palavras, fazendo com que ele se desconecte da trama. Isto não significa que não seja bom usar este recurso. Não estou dizendo isso. Mas, é claro que você não deseja que alguns elementos de sua narrativa chamem tanto a atenção dos leitores a ponto de distrai-los do ponto principal.

Por isso, se for utilizar gírias, faça-o com moderação.

Deixe Que a Personagem Fale

Uma boa história precisa de personagens únicas. Isto significa que elas possuem personalidade e carregam seu próprio tom de voz.

Por isso, na hora de construir diálogos, estas características precisam vir à tona. Não permita que você, escritor, fale por eles. Assim, não fique recorrendo a dicionários. Deixe que a personagem assuma controle sobre o que vai dizer.

Sem dúvida, isto faz com que sua fala seja autêntica.

Conclusão

Como escrever diálogos realistas e envolventes? Bem, como visto, isto é um dom que você precisa estimular. Tais diálogos possuem um potencial tão grande que, em muitos casos, são os elementos da narrativa que realmente fazem diferença. Eles têm o poder de envolver os leitores.

Portanto, dê bastante atenção aos diálogos dos seus contos e romances. Isto vai ajudá-lo a se tornar um bom escritor.

Arte Capa: Su Xinping


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42 Comments

  1. marcos

    at

    Olá, eu estou tendo uma dificuldade referente a um diálogo entre 3 pessoas ou mais. Eu queria passar a imagem de que quem está falando é a personagem e não o narrador, então colocar os nomes dos personagens não me parece muito certo. De que outra forma eu poderia diferenciar uma fala das outras?

    • Daniel Alves

      at

      Oi, Marcos. Tudo bem? Vou tentar esclarecer sua dúvida.

      No diálogo com vários personagens, ou até com apenas duas pessoas, muitas vezes é necessário usar “etiquetas” de diálogo ou ações para deixar claro quem está falando e, às vezes, para dar mais dinamismo à conversa.

      Exemplos:

      Marcos, Ana e Júlio estão discutindo quem vai pagar o café.

      — Agora é a pior parte.
      — Cadê o Marcos?
      — Toda vez ele inventa uma nova, mas dessa vez me impressionou.

      Sem as etiquetas, fica implícito que Marcos fugiu de novo da conta, mas a conversa pode parecer vaga ou confusa.

      Com “etiquetas”:

      — Agora é a pior parte — disse Ana, retocando a maquiagem com o espelhinho do blush.
      — Cadê o Marcos? — perguntou Júlio, olhando ao redor.
      De repente, o silêncio foi quebrado por passos apressados. Os garçons se reuniram em volta do palco improvisado, onde Marcos, com um sorriso apreensivo, segurava o microfone. Com a voz grave, declarou: “Eu te amo, Ana. Deixa eu pagar todos os seus jantares pelo resto de nossas vidas?”
      — Toda vez ele inventa uma nova, mas dessa vez me impressionou — murmurou Júlio, seus olhos brilhando enquanto o restante dos clientes acompanhava a cena em suspense.

      Espero ter ajudado… Outra coisa, boa sorte com a Ana, Marcão! Até!

  2. MARCOS PAULO FERREIRA DO AMARAL

    at

    Eu escrevo um livro a muito tempo, mas estou tendo um bloqueio por causa da forma que escrevo as falas dos personagens, eu imagino a cena onde eles conversam e acho o dialogo e as frases muito travado, não parece real, gostaria de ajuda com isso, talvez uma pessoa para ler e me da dicas de como posso melhorar.

    Eu nao escrevo muito bem e sem que meu português escrito tem muitos erros e falhas, mas tenho o sonho de terminar esse livro e presentear a algumas pessoas.

    Vc conhece alguém que poderia me ajudar? Que não cobre caro, no momento estou desempregado e não to tendo muito dinheiro.

    Desde ja agradeço!

    • Juliano Martinz

      at

      Enviei um e-mail para você.

  3. Maicon Paiva

    at

    Esse ano de 2020 foi tudo muito complicado cada vez uma
    nova bomba aparecia. Espero que 2021 seja mais calmo.
    Super agradeço pelo seu artigo foi bem útil. Compartilhei
    no meu pinterest e obrigado pela informação.

  4. Ana Luíza Ferreira

    at

    Olá Juliano, me restou uma dúvida.
    _A mamãe disse que era pra eu perguntar se você já guardou a sua necessaire de remédios na mala _Perguntou Bryan.

    _Sim, foi a primeira coisa que eu coloquei na mala _Respondi estregando-lhe as malas.

    Este diálogo está correto?

    • Jeferson

      at

      Cara Ana. Como aqui não tem data, pode ser que você já tenha resolvido o problema colocado.
      Mesmo assim, não resisti e fiz este comentário.
      A respeito da tua dúvida, eu faria o diálogo, da seguinte forma:

      – Mamãe quer saber se você já colocou na mala, a necessaire de remédios dela – Disse Bryan.
      – Sim, foi uma das primeiras coisas que fiz – Respondi, enquanto lhe entregava as malas.

      • Miguel A. S.

        at

        Obrigado Jeferson, tinha a mesma dúvida que a Ana, não sei se ela viu sua resposta… mas se ela não viu pelo menos fui útil para mim, valeu!

  5. Rodrigo

    at

    Olá Juliano,

    Como fazer para expressar mensagens vindas de um aparelho de TV, Rádio ou até a leitura de uma carta?
    Por exemplo:
    “Daniel ligou a TV e passava os canais, quando uma notícia no jornal da tarde chamou sua atenção:
    —-

    • Will Oliveira

      at

      Essa é a minha dúvida, mas não encontro esclarecimento em lugar algum.

    • Daniel Alves

      at

      Opa, Rodrigo. Tudo bem? Vou tentar ajudar.

      A porta do táxi fez um estalo ao fechar. Pelo canto do olho, percebi o motorista me xingando de %$*@. Não era a primeira vez que ouvia isso, mas o poço em que eu estava já não tinha mais fundo… Eu precisava tirar isso da cabeça. Sentei no sofá e comecei a trocar de canal, mais vezes do que podia contar. Mas a única coisa que martelava na minha mente era o movimento dos lábios dela quando disse: “—Por mim, você podia morre—”.

      “—Hoje, o chefe da polícia de Santa Teresina…” A operação ‘Fagulha’ deixa de ser um caso da Polícia Civil e passa a ser investigada pela Federal. Na casa do chefe de polícia não foram encontrados sinais de arrombamento ou conflito armado. Agora, vamos falar com nossa correspondente no local—”.

      Desliguei a TV. Não tinha tempo para problemas pessoais. Peguei o distintivo jogado no canto do sofá e saí daquele apartamento que cheirava a fracasso.

  6. eduardo r.

    at

    olá!
    não sei se os comentários ainda estão ativos, mas tenho uma dúvida: como acrescentar “risos” em um diálogo?
    estou pondo entre parêntese (risos) apenas para pontuar o tom de humor de alguma situação.
    é usual?

    • Juliano Martinz

      at

      Olá Eduardo. Alguns autores utilizam o “ha ha”, embora seja raro. Como alternativa, cabe ao autor especificar que a personagem riu.
      – Na verdade, ele era um robô – disse Sálvio, explodindo em gargalhadas.

  7. Eduarda

    at

    Olá, eu estava em dúvida sobre algo no meu diálogo, que era como cortar a fala de um personagem, com outro entrando por cima, tomando a voz. Olha este trecho:

    “Seu olhar para mim exalava frustração , impaciência e, talvez, um pouco de raiva.
    — Olha, escuta aqui sua”

    Depois de “sua”, viria a travessão e algo como, “Ele não teve tempo de terminar o que iria dizer, porque o rapaz que estava ao seu lado o interrompeu”

    Minha dúvida é o que fazer depois do “sua”, eu coloco uma reticencias ou deixo só a travessão e a descrição?
    Ou se eu não for deixar o personagem terminar de dizer uma palavra, como se por exemplo, ele fosse dizer “obrigada”, mas parasse no meio do caminho.
    Eu coloco, “Obri-“, “Obri…”, ou deixo sem nada e explicando que foi interrompida?

    • Juliano Martinz

      at

      Olá Eduarda. Utilize somente as reticências. O diálogo soa mais claro quando você escreve assim:

      – Eu vou te dizer o que vou…
      – Eu não estou interessado – gritou, interrompendo-a.

    • Will Oliveira

      at

      Eu utilizo da reticencias nesses casos.

  8. Izabel Bastos

    at

    Excelente! Me ajudou muito .
    Obrigada por transmitir o conhecimento.

  9. Diana Yumi

    at

    Não ou perde a magia da história. Se você quiser apresentar o personagem faça da seguinte forma.
    ” Onde nós estamos? ” perguntou Lukas. ”Na casinha do Papai Noel. Onde acha que estamos? ” gritou Zoeira ” Perdidos no meio do nada eu presumo. ” uma voz respondeu, era Pedro. ” Temos um Albert Einstein entre nós!” afirmou Zoeira.

  10. José Amaral

    at

    Olá Juliano, estou entrando nesse mundo da Literatura e gostei muito de suas dicas.
    Meu projeto literário se passa na época da escravidão, a minha dúvida é a seguinte: no diálogo, devo de alguma forma destacar que as pessoas falam de maneira rude, por exemplo:

    — Davi, Davi. Onde se meteu esse guri? – Antônio parecia aflito para encontrar seu neto.
    — Que foi pai?
    — Oi Magda, ‘cadê’ o Davi? Preciso que ele leve umas ‘vaca’ pra Dom Getúlio, lá em Santana.
    — Mas é tão longe.
    — É, mas tá na hora de botá responsabilidade nas ‘costa’ desse guri, ele já tá bastante crescido, se ele quiser pode levar o Samuel junto, eles ‘tão’ sempre ‘enrabichado’. Vê se acha eles pra mim.

    Acredito que ficaria muito poluído encher os diálogos de aspas.

    Obrigado, o blog é demais.

  11. O Zoeira

    at

    posso escrever diálogos assim:

    –Lukas: Onde nós estamos ?
    –Zoeira: Na casinha do Papai Noel, ONDE ACHA QUE ESTAMOS ?
    –Pedro: Perdidos no meio do nada eu presumo.
    –Zoeira: Temos um Albert Einstein entre nós !

  12. Danilo Mota

    at

    Faltou um Bom exemplo de diálogo. De um livro conhecido para nós termos maior ideia de estrutura. Mas as dicas são ótimas.

    • Matheus Campos

      at

      Recomendo a leitura de “As Crônicas de Gelo e Fogo” do mestre em diálogos envolventes George R. R. Martin. As cenas são lotadas de detalhes que até me cansam as vezes , mas eu aprendi inúmeras formas de descrever cenas, escrever diálogos curtos, grossos e espetacularmente precisos na capacidade de proporcionar imersão para quem lê.

      • marcos

        at

        onde posso encontrar essa crônica?

  13. Victor Malatesta

    at

    Muito bom o texto, está clareando bastante algumas questões. Obrigado!
    Mas eu tenho algumas dúvidas:

    Na estória que estou escrevendo tem um personagem que em alguns momentos discursa longamente, com metáforas e explicações complexas sobre algumas coisas, sem interrupção, e nenhum personagem faz nada enquanto ele fala, é realmente uma cena estática centrada apenas na fala dele. Como fazer pra construir uma cena escrita que pudesse corresponder à cena do discurso de Charlie Chaplin em “O Grande Ditador”, ou de Cristo no Sermão da Montanha, sem ficar algo monótono?

    PS: O discurso é rico e interessante, mas muito longo e não pode ser mais abreviado do que já está, pois perderia a força de transmissão da mensagem e até mesmo o sentido.

    • Matheus Campos

      at

      Sou iniciante na escrita, mas aqui vai um esquema que criei para os meus diálogos não ficarem tediosos.

      1: Tento, se possível, separar o diálogo em algumas partes (sem cortar nada). Para fazer essas separações, eu tento imaginar onde cabe uma breve pausa, sem que essa parte do diálogo perca o sentido.

      2: Agora eu começo a pensar no que as outras personagens envolvidas na cena estão fazendo durante o discurso (reações, em especial) e começo a encaixar as idéias que surgem no meio das partes separadas.

      2.1: Uma outra alternativa que utilizo é a de colocar o narrador ali no meio para contar algo que tenha relação com a cena, algo que ajude a explicar a razão de ser daquele discurso ou que sirva apenas de complemento, sem o objetivo de deixar o texto mais complexo, mas de fazer apenas com que a pessoa que lê não perca a atenção por obter informações demais na longa fala.

      3: Eu prefiro escrever o diálogo e as descrições de forma separada, assim não fico empacado pensando em deixar a cena de um jeito que faça sentido. Depois que escrevi tudo separadamente, eu vou juntando e cortando o que for necessário. Acredite, assim é muito mais rápido do que se optar por escrever tudo junto.

      Espero que isso lhe sirva de algo, pois pra mim foi um grande insight que me ajudou a superar minha maior dificuldade: mesclar diálogo e descrição de cenário.

      Abraço!!!

      • Mayu

        at

        Que ótimo essa sua capacidade, Matheus! É expansiva a tua aptidão. Eu também ando no rumo há pouco tempo e exerci esse interesse pela literatura brasileira. Li um outro comentário seu abordando uma grande obra de George R. R. Martin e foi boa a indicação, mesmo! Gostaria de te perguntar desde quando tem exercitado a escrita? Eu comecei meus planejamentos em livros em 2017. Entrei na prática a partir deste ano e leio manuais de redação, além de histórias quais gosto de identificar alguma referência dos meus enredos. Risco falas, narrativas, crônicas, etc. Faz bem! Sucesso pra ti! – E mais uma perguntinha, já leu muito? hahaha com certeza, né? Mas pode me citar livros marcantes ao seu conhecimento? Eu não exploro muito a literatura estrangeira, além de muito necessária ainda estou analisando as mais ligadas com movimentos artísticos nacionais. Obrigada! Deus te abençoe.

  14. Junior Oliveira

    at

    Tenho uma dúvida sobre dialogo de personagens com interrupções, por exemplo:

    01- Eu sei que você me ama mas sab… – A beijei antes que fosse tarde

    02- Eu sei que você me ama mas sab – A beijei antes que fosse tarde

    03- Eu sei que você me ama mas sab… – A interrompi beijando-a

    04- Eu sei que você me ama mas sab – A interrompi beijando-a

    Qual desses 4 você me aconselha a usar e por que? Se nenhum desses, qual outra forma você me recomendaria escrever e por que?

    • Tainá

      at

      Nenhum dos quatro. Eu usaria:
      Eu sei que você me ama mas sab… – Interrompi-a com um beijo

      ou

      Eu sei que você me ama mas sab… – Interrompi beijando-a

    • _Eu sei que você me ama mas sab…-eu a beijei antes que terminasse de falar

  15. Kauan Moreira

    at

    Olá,
    Eu tenho muitas duvidas em diálogos e queria saber se este logo abaixo, está da maneira correta

    “-Emilly! Abra essa porta! – Alguém grita na porta de casa fazendo as pontadas na minha cabeça doerem ainda mais. – Precisamos terminar o álbum de formatura, que você nem se quer se deu o trabalho de ajudar – Reclama entrando pela porta da minha casa.
    -Acorde! Não pode ficar deitada o dia todo assim, não ache que porque mora sozinha que você é dona do mundo.”

    • Juliano Martinz

      at

      Sim Kauan, a construção do diálogo está correta. Seria bom escrever a palavra “reclama” com letra minúscula, indicando que a ação está ligada à frase anterior.
      Dê atenção à pontuação e ortografia (“sequer”, e não “se quer”).

  16. Cortes

    at

    Ótimas dicas! Mas poderia me ajudar com algo?!
    Em um livro, é melhor usar as aspas ou o travessão?

    • Juliano Martinz

      at

      Travessão é melhor!

  17. Nunca sei a quantidade de dialogo que devo usar numa história.
    As vezes acho que coloco muito pouco, as vezes demais… Tem uma quantidade “ideal” digamos, ao menos uma fala em forma de diálogo por página, ou posso deixar digamos, duas páginas sem diálogo nenhum?

    • Juliano Martinz

      at

      Oi Nina,
      Isto é bastante relativo. O uso de narrativa, ações e diálogos, quando bem balanceados, tornam a leitura mais fácil, melhorando seu ritmo. Especialmente durante o processo de revisão, ao fazer a leitura do seu livro, esteja atenta a este equilíbrio. Não se trata de uma regra de quantos diálogos por página. Isto depende da história e do ponto da narrativa em que nos encontramos. Mas os diálogos ajudam a fluir a história, até mesmo visualmente.

  18. Rafaela

    at

    Agora eu sei como os meus diálogos são artificiais… Parece até que estão falando com o leitor e não uns com os outros.

    • Olá Rafaela,

      eu faço assim:
      01 – Escrevo em um papel as características de meu personagem (não as físicas). É ranzinza, maluco, sério, extrovertido, malvado, bondoso, etc…;
      02 – Procuro um personagem de um filme que se parece com o meu (citado acima);
      03 – Faço isso com todos os personagens, imaginando o rosto de cada um na minha história – tem um exemplo aqui: http://lucascoe-acidade.blogspot.com.br/2016/07/capitulo-01-bastidores.html – veja sobre “Um filme – Casting”;

      Ao escrever o diálogo, junto em minha mente as imagens (fotos) dos personagens e os coloco dialogando um com o outro. Fico como eu fosse apenas um “fofoqueiro” rs… relatando movimentos, expressões e ambientes.

      Tenta fazer assim.

      Abraços. Que Deus lhe abençoe.

  19. Olá Juliano,

    sensacional o seu blog, deveria juntar todas as dicas e disponibilizar um e-book.

    Meu irmão tenho um dúvida mais voltada é para como estruturar um diálogo. Veja os exemplos abaixo.

    Exemplo 01
    —Que é isso Emanuel! – gritei de dentro do carro. —Eu quase passava por cima de você!

    Exemplo 02
    —Que é isso Emanuel!

    Gritei de dentro do carro.

    —Eu quase passava por cima de você!

    Perceba que no exemplo 01, temos a primeira frase do personagem. Depois uma ação, logo após mais uma frase.

    Já no exemplo 02, foram colocados ” em cascata”. A primeira frase, depois a ação, em seguida a outra frase.

    A pergunta é: Qual dos dois modelo é o mais correto, visto que, já vi livros de uma forma e outros de outra. E para atirar sem dó e piedade, já vi livros com as duas formas. Então como saber o momento de usar como no exemplo 01 ou 02 ou ambos?

    Obrigado.
    Que Deus lhe abençoe.

    • Juliano Martinz

      at

      Fique com o exemplo 1. Direto, claro e conciso. Já o exemplo 2 é confuso, podendo induzir leitor a achar que se trata de outra personagem falando “eu quase passava por cima de você”.

      • Obrigado. E para quem vai publicar por conta própria, isso vai diminuir a quantidade de páginas e consequentemente o valor de cada livro ; )

    • Ray

      at

      As vezes eu também fico com essa dúvida na hora de escrever os diálogos das minhas histórias. Tanto que eu sempre acabo escrevendo dos dois jeitos, hora de um, e hora de outro(mas tenho receio disso acabar dando a impressão de indecisão, ou deixar a organização meio confusa). Na minha opinião, creio que dos dois jeitos estejam certo, acho que vai do escritor mesmo, como ele prefere a organização do livro e tal.

  20. Vera Lúcia

    at

    Eu posso escrever um livro da minha vida real usando nomes originais dos personagens?

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