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Verte pus

Desce. Sinuosa a rua lhe embaralha as vistas. O sonho que escorre pelo rosto é a embriaguez das horas passadas. Noite. Silêncio. Trôpego. É a marca no peito de uma esperança que certa vez desapareceu.

No caminho, surge um vulto, um movimento perpétuo, uma outra alma decadente. Olho no olho, reconhecem-se. Não de outras eras, mas do mesmo ambiente. Vertem pleura. Vertem pus. E reluzem o mesmo passado, imbuídos da mesma fração. Os mesmos flashes de momentos tensos e intensos.

Os olhos que se encontram, deixam lágrimas. Salientes, corpos tesos, se recompõem, e sob pés que se arrastam, se distanciam, conquistando a escuridão. Talvez um dia voltem a se encontrar quando o medo novamente fizer com que ganhem a noite, em busca de uma solução.

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