Corrosiva

Crônicas corrosivas e gestos de amor

CHUTANDO FANTASMAS

Ela me disse o que eu deveria fazer. Mas nunca me disse em que sonhos eu deveria estar. É a mesma vista da janela. A mesma cela. Sempre a mesma prisão. Sempre tentando ser alguém para provar a outrem ser digno de compaixão. Canse disso. Deixe-se cansar. Seja você. Seja o seu não ser, assim seja. Cansei de ser quem não sou. Cansei de afagar fantasmas. A Terra gira, e continuamos estáticos no mesmo lugar. Vermes devorando meu intestino. Minha voz rouca, meu peito pútrido. Estagnado. Não há ruas ou vielas. A preocupação em provar algo, por algo no ar. O algoz somos nós mesmos. Atroz, vivia atrás de mim. Ainda sinto o gosto do sangue. Amargo. Tenso. Viril.

Mas hoje deixei de me perseguir, me vigiar. Hoje, decidi chutar os fantasmas. Ouvir o som da maré, o som do silêncio e qual é o som que emito. Conflito e existo. Melhor me aceitar ou se afastar. Se não, acredite, vou vomitar em cima de você.

2 Comments

  1. gabriel

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    vlw ai

  2. marcelo smith

    at

    Muitas vezes e nescessário que desfasamos de sentimentos que trazemos por diversos anos , além de
    objetos pessoais para podermos” chutar nossos fantasmas”

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