Alguns rabiscos
Teorizando teorias
Construo o sustentável
E nele me apoio (o INsustentável que sou)
Traços recompostos com lápis fino
Gotas de tintas, timbre cinzento
Fugitivo de romances
Eu deixo o amor de lado
E saio do poema
Alguns rabiscos
Teorizando teorias
Construo o sustentável
E nele me apoio (o INsustentável que sou)
Traços recompostos com lápis fino
Gotas de tintas, timbre cinzento
Fugitivo de romances
Eu deixo o amor de lado
E saio do poema
Ainda que os vasos criem limbo em meu peito
E as formas percam vidas
Musgos dominantes em papéis de parede
Vou te amar como em textos românticos
Com a mesma pureza e leveza
Com que teu sonho trouxe vida
A este peito decadente.
Ainda que esses céus se despedacem
Ainda que os semblantes ecoem medos
Sobre ruínas de sonhos jamais vividos
Vou te amar com a mesma intensidade
Com que transformaste meus segundos
Em eterna poesia…
Teria composto traços de tua plenitude
Esboçado planos, esboços planejados
Teria sondado as regras de tua voz
E das frações de teu fulgor
Desenharia a melodia que ecoas
Quando rimas teus passos
Como em textos profundos de amor
Reteria teu semblante, risos e bocas
No momento em que passas
No instante em que pairas
Por aqui, por ali, pelo ar
E com cada tua iminência
Reter-te numa eterna sequência.
Mais um dia na vida do coelho abandonado
A caça se entrega, o corpo traspassado
Minhas algemas, minha poesia perdida
Versos rimados, unidos pela melancolia
Espalhados no caos
Velas no vento tirano
Palavras duras
Verdade nua e crua
Pane, pânico, seu coração engaiolado
Preso a outro mundo
Distante, separado
E a mim restando peças num quebra-cabeça
Peças que não se encaixam
Que não se criam
Que me deixam com a repetitiva sensação
De ser apenas mais um marcado
A marca repetitiva
Mais uma peça sem encaixe
Mais uma sem cor, sem resposta, sem perdão
Sempre buscando amor, liberdade
O calor, o complemento, a razão
E um pouco do tudo vigente até então
Mas só há naqueles restos
Traços da loucura e derrotismo
E engano a mim mesmo
Tentando encontrar um padrão
Enquanto restos são tão descartáveis
Quanto o copo plástico em tuas mãos.
Base insólita de tolos carentes
A timidez pode até mesmo te sufocar
Então, não ouça nada que o deixe deprimido
E nem pense em ouvir o tom triste de minha voz
Não cace seu paraíso perdido
Não destoe seu longo caminhar
Enquanto o medo ainda pode te encontrar
E quando todas as vozes anunciam
Teu renegado e fatídico dia
Nesta hora, você saberá
Que o mundo insano
Deu mais voltas do que deveria
Você saberá que as ondas eram falsas
Te levando para sonhos abalizados
Em insólitas maneiras de acreditar
Neste tolo e aparentemente invencível “jamais”.
Teria composto traços de tua plenitude
Esboçado planos, esboços planejados
Teria sondado as regras de tua voz
E das frações de teu fulgor
Desenharia a melodia que ecoas
No momento em que passas
No instante em que pairas
Por aqui, por ali, pelo ar
E com cada tua iminência
Reter-te numa eterna sequência.
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