Ela lá e me sinto cá
Torpe, tolhido
A fumaça que me agride
A neblina que retarda
Uma vida desfalecida
Entre sombras do passado
Repassando horas vigílias
Execrando pobres poemas
Entre velas e eras
Paralisado, num vício de teus olhos
Restam-me ecos
Restam-lhe sonhos
O suor serpenteando seu corpo
Calejando tez e cílios
Redecorando memórias
Sob minha pele
Mas fora do alcance de minhas mãos
Apenas nos perdemos
E tanto nos perdemos
Nesta frágil simbiose.
Deixe um comentário