Corre-me solto o vento na pele ácida. Um toque no escuro, uma voz em súplica. Ouvir seus pedidos, como um canto em lágrimas. Seu medo de ficar sozinha, seu medo de ficar e somente estar: as crianças e você. Acredite: tenho medo de te deixar, a solidão devastadora lhe rompendo tendões… mas o fim se aproxima. Tentei te merecer. Tentei merecer cada fôlego, cada toque, cada oi. Fiz o que pude. E o que deveria ter deixado ser fazer. Mas agora tenho de ir. Ao cair da noite, caem esmaltes dos meus olhos, e vejo o sereno límpido obscurecer meu encanto. Parece contraditório. Mas tudo pode ser contraditório desde que vi você chorando. A representação da pureza, alegria, serenidade… em lágrimas. O frio me queimou. O chão se abateu com o gélido das chamas. É somente o fim. Lamento partir. Lamento não te aquecer. Quero acreditar que te mereço.
Queria ter te merecido.
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