Curvilíneo, endireito-me foco teu olhar
Calo-me na imprecisão de palavras toscas
Toco e inverto céus e regras abstratas
Confeccionando novas formas de dizer “te amo”
Como se a vida refeita em pele plástica
Pudesse me esconder de frios nostálgicos
E de indecisões mal decoradas
Sacio o inexorável com tua sonoridade
Tua vontade em indivisível silêncio
Teu grito que reprime a voz da solidão
Um abismo que ganha pés e chão
Faço feito facas enfileiradas
Teso, retesado, tenso corte
Cicatriza estreito o forte coração
Cicatriza a estigmatizante ausência de tua pele
E vele a culpa num caixão embaciado
Enquanto choramos alegre e firmemente
O fim da incisão que um dia nos separou.
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