Não eram exatamente passos. Era praticamente um arrastar-se. No meio da noite, trôpega, caminhava Serena em meio ao nada. Sabe como é: desilusões que se derramam sobre uma alma sedenta, vinte e poucos anos de discórdia, deixa qualquer miserável pra baixo. Um turbilhão de sonhos, e um punhado de realismo. Com ela não seria diferente. O que dizer? O que esperar? Com quem contar?
Serena era somente ela. Não havia tanto a dizer. Como definir o indefinível? Ela vazava inquietação, um tanto querer que lhe desfigurava bochechas e queixos. Seu ser e estar em constante mutação. Elos de um ego singelo. Sedenta. Sedosa. Serena.
M
E foi assim o fechar do livro de sua história. Gritos e sussurros embrulhado em papel de pão, guardados na última gaveta. E foi assim que Serena, que sonhava sentir, certo dia, simplesmente cessou de ser e estar.