Ícone do site Corrosiva

POEMA – INERTE MUDANÇA

Cai tempestuosa a cortina sobre meus olhos

E levanta-se o véu inerte incertas vezes

Como pele refeita com a mesma matéria

A mesma séria despedida do imutável

São passos dados num aquário redondo

Redoma de pele, pulmão de aço

Descompasso, a cortina se rasgando

Prometendo brisas que recomponham pedaços

Cores de ontem entre poemas e abraços

Mudanças desagradáveis estado inerte

Quando o espelho dita que sou o mesmo

O que inverte um sonho que verte

Em branco e preto, improvisos a esmo

O coadjuvante posto em uma cela

A moldura tênue de sua tela

Que revela o papel que me assemelho

Um dia o caçador, em outro o coelho

Sonhos de pele, aço e pesadelo

Frente a tempestade, frente ao espelho

Mudanças que não se colorem

Que não formam cheiro e paladar

Tentando entender o sentido do ar

Tentando entender o porque mudar.

Sair da versão mobile