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POEMA PARA COMPASSOS

Curvilíneo, endireito-me foco teu olhar

Calo-me na imprecisão de palavras toscas

Toco e inverto céus e regras abstratas

Confeccionando novas formas de dizer “te amo”

Como se a vida refeita em pele plástica

Pudesse me esconder de frios nostálgicos

E de indecisões mal decoradas

Sacio o inexorável com tua sonoridade

Tua vontade em indivisível silêncio

Teu grito que reprime a voz da solidão

Um abismo que ganha pés e chão

Faço feito facas enfileiradas

Teso, retesado, tenso corte

Cicatriza estreito o forte coração

Cicatriza a estigmatizante ausência de tua pele

E vele a culpa num caixão embaciado

Enquanto choramos alegre e firmemente

O fim da incisão que um dia nos separou.

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