Enquanto o avião perdia altitude, o cenário era de pânico absoluto.
Ele ouvia gritos e preces ao seu redor. Alguns tentavam ligar o celular desesperadamente, provavelmente uma tentativa de enviar uma última mensagem para familiares e amigos. Eu te amo, adeus, eu não deveria ter dito aquilo. Todas aquelas frases que passam pela cabeça quando se sabe que serão as últimas.
Da mesma forma, ele estava angustiado. A mesma angústia que o acompanhara desde o momento em que pegara o metrô, 3 horas atrás, rumo ao aeroporto.
Antes que o avião se partisse em milhares de pedaços, sua angústia se resumia em uma única e persistente pergunta:
— Será que eu desliguei o ferro de passar?