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3 Desvantagens em Usar Grafias Erradas ao Escrever Diálogos Regionais

Grafias erradas ao escrever diálogos regionais

Como lidar com a necessidade de enfatizar que uma personagem possui um linguajar regionalista? Quais os perigos de utilizar grafias erradas?

E então você cria uma personagem com forte presença regional, muito provavelmente alguém que vive no interior do interior do interior do país. No momento de escrever os diálogos, cheio de boas intenções, você utiliza grafias erradas para tentar reproduzir a regionalização das personagens.

E aí os diálogos são bombardeados com “oi minha fia”, “cê num entendi”, e por aí afora. Muitos costumam marcar as grafias erradas com o uso de aspas. Outros não se preocupam com isso.

De qualquer forma, o que tem levado jovens autores a utilizar (e abusar de) tal recurso? E qual o perigo de usá-lo?

Por Que Jovens Escritores Usam Grafia Errada

Jovens autores se justificam: o objetivo de utilizar a grafia errada é tornar o diálogo executado na mente do leitor, mais real. À medida que o leitor lê os diálogos recheados com tais palavras, acredita-se que será mais fácil levá-lo para dentro da história, vivenciando de forma mais intensa a “conversa” entre as personagens. Há também autores e autoras iniciantes que apelam para esta forma de escrever para dar uma pitada de humor no diálogo ficcional. Será mesmo?

A verdade é que o uso deste recurso na literatura é chato e cansativo. Como mencionado, a intenção é boa. Excelente, para dizer a verdade. Mas você não consegue levar o leitor para dentro da narrativa com ele. Muito pelo contrário, você bota o leitor para correr debaixo de pedrada.

Há pelo menos 3 pesadas desvantagens em utilizá-lo:

De qualquer forma, a questão que destaco não está no âmbito do certo ou errado, mas da diferença entre uma leitura fluente, suave, e uma cansativa, distrativa.

É verdade que você encontrará alguns livros com este recurso – talvez alguns grandes nomes da literatura. Mas vamos nos situar um pouquinho no século 21. Acredite: os leitores modernos têm pouca paciência com este tipo de escrita.

Regionalize Com Palavras e Expressões Regionais

Se a questão é reforçar ou enfatizar a regionalização da personagem, há outro recurso mais interessante para isso. Trata-se de utilizar expressões regionais. E isto é bem diferente de utilizar grafias incorretas.

Por exemplo, o autor ou autora pode usar palavras e expressões como “bagunçar o coreto” para representar o linguajar nordestino; “bah”, “pé no estribo”, para representar o linguajar gaúcho, e assim por diante. Isto reforça a regionalização, além de ser culturalmente enriquecedor. Uma rápida pesquisa na internet lhe apresentará diversas expressões típicas da localidade sobre a qual você está escrevendo.

Assim, ao escrever diálogos, não interfira na construção ortográfica. Deixe que as palavras façam o seu trabalho, comunicando com elegante eficiência o que as personagens querem transmitir.

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