Caminho obedientemente atrás dele. Seus passos me parecem lentos. Como se desfilasse na passarela da misantropia. Como se não soubesse para onde ir.
Percebo a tristeza no seu tom de voz. Quando ele diz meu nome, ele saliva solidão e angústias mal resolvidas. Não entendo o que ele diz, mas entendo, ao mesmo tempo. Não sei se me faço entender. Mas seu tom de voz diz tudo. E seu tom de voz agora é um manancial de depressão que rasga seu peito, outrora, vivaz.
Uma pena. Prefiro quando ele emana traços de felicidade. Momentos raros, devo destacar. Desde que ela foi embora. Desde que ela saiu pela porta da frente e nunca mais voltou. Lembro-me até hoje. Ela, raivosa. O semblante determinado. Não olhou para mim. Não olhou para trás. Não olhou para o que construíra. Simplesmente, partiu.
Ficamos eu e ele. Desde então, dois solitários. Porque a dor dele é minha também. Eu o amo. E compartilho a sua dor. E, de alguma forma, percebo que ele sabe a verdade sobre mim: eu jamais seguirei os passos dela. Jamais vou abandoná-lo.
Sempre que ele chamar Rex, eu irei até ele, o rabo abanando, tentando lhe conferir traços de afago em um dia repleto de desavenças internas.
Instagram: Juliano Martinz
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O autor realmente me transportou a essa emoção, que muitas vezes é difícil abordar em textos. Em crônicas reflexivas considero o principal, espero que use esse dom, que com tão poucas palavras continue tocando o coração de muita gente.
Ass: Lara 7c
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Obrigado pelas palavras, Lara. São um incentivo para mim!
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Ajudo ao meu neto nas tarefas escolares e me valho da internet p me atualizar . Pesquisando encontrei esta página. Gostei muito!
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Adorei
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Muito lindo!!!
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Uma final espetacular. Bravo!
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amazing
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Uma gostosa quebra de expectativa.