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Tic-tac

crônica tic-tac

Quando os elementos de uma nova vida se desenharam no rosto gélido, ele ansiou por uma nova oportunidade.

Cenários inválidos não autenticavam seus sonhos. O tic-tac do relógio na parede, outrora sombrio, dizia que ele precisava se preservar.

Preserve-se, duas da tarde. Cuide-se, sete da noite. Salve-se, duas da manhã.

A rouca voz interior pigarreou um ré bemol. Deu-se por conta que nascia uma canção nas profundezas do seu âmago. E parecia uma canção de amor.

Perdido, finalmente, encontrou-se. Deus é testemunha do quanto ele tentou.

Na parede, o tic-tac parecia traduzir-se em um novo sorriso, anunciando que o sol acabara de nascer.


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