Gabriel estava para lançar um novo canal no YouTube com entretenimento e curiosidades. Para isso, ele precisaria encontrar imagens e vídeos de qualidade para compor o espectro visual do seu canal.
Para evitar problemas com direitos autorais, ele recorreu ao acervo online de um banco de imagens e vídeos.
Assim que entrou no site, percebeu que as possibilidades eram inúmeras. O acervo era gigantesco e ele se deu conta de que precisaria de muito tempo para escolher, entre tantas opções, o conteúdo ideal.
No entanto, assim que começou a olhar as imagens, a estranheza fez-se morada: uma sensação de déjà vu lhe invadiu. A cada vídeo ou imagem que abria, Gabriel tinha a clara certeza de já ter visto aquele local, conhecido aquela pessoa, vivenciado aquela experiência, experimentado aquela intensidade. Rostos e paisagens, formatos e tonalidades – a familiaridade com cada imagem tocava suas emoções mais íntimas.
Como esta experiência era possível? O acervo era produto da colaboração de milhares de artistas espalhados por todo o mundo. Como explicar que eles estivessem em uma espécie de conluio para recriar as recordações mais vívidas de Gabriel?
A sensação de déjà vu tornou-se uma vívida realidade quando ele viu a foto de sua primeira namorada. Em seguida, viu a foto da primeira bicicleta e, pasmou-se ao ponto de falhar uma batida em seu coração, quando viu a si mesmo, com cerca de 5 anos, em uma foto envelhecida em tom de sépia.
– Meu Deus! – atônito, ao ver o pequeno Gabriel descalço na vila onde crescera, um olhar perdido que ainda era sua marca registrada.
De repente, Gabriel começou a chorar copiosamente. A sensação era de emoção com pinceladas de pânico – afinal, como não entrar em pânico em uma situação assim?
Ele pegou uma caixa de lenços de papel e começou a secar as lágrimas. Neste instante, ele deslizou a barra de rolagem para baixo e ficou paralisado com o que viu em seguida.
A próxima foto mostrava o Gabriel de agora, sentado em frente ao seu computador, secando as lágrimas com um lenço de papel.



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Olá Juliano,
Ficou uma lacuna legal, entre a imaginação dele e a cena de um filme policial.
abraço!