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Quando Escrever?

Quando for invadido por um sentimento de privação ou injustiça, mas não possuir um modelo confiável para avaliar se suas expectativas são corretas ou não, escreva.

Quando tiver a impressão de que sua tendência em encontrar culpados não se baseia em circunstâncias racionais, mas uma sintomática busca em tentar se autoafirmar por encontrar falhas em outros, escreva.

Escreva quando for esbofeteado pela estranha e nada bem-vinda sensação de que você nunca fez muito para merecer todas as coisas que conquistou.

E se esta sensação de merecimento também repousar sobre as pessoas à sua volta, fazendo com que você se questione onde está a verdadeira justiça ou o caos inato nisto tudo, simplesmente escreva.

Escreva sempre que perceber duas ou mais personalidades emanando, ainda que inconsistentes, em suas falas e gestos ambivalentes.

Se perceber uma tendência à autossabotagem que priva-o de alcançar seus alvos e objetivos, escreva.

Se você está em dúvida quanto a se realmente se encontra em uma situação muito ruim, ou se é apenas uma pessoa ingrata sempre a procura de alguém a quem culpar, crie vergonha na cara e escreva até criar calos em seus dedos.

Se após contemplar o que lhe tirou sua alegria, você perceber que a vida ainda lhe sorri e o convida para tomar uma bebida, escreva com paixão.

Escreva se você não sabe se realmente conquistou algo que mereça uma comemoração, ou se é apenas uma maravilhosa sensação de gratidão pelas coisas que jamais precisou perder.

Escreva se perceber que está tendo dificuldades em amadurecer.

Se suspeitar que você não tem motivos para ser uma pessoa infeliz e que é apenas um exagerado, escreva.

Se o incandescente amor de alguém foi capaz de lhe roubar o fôlego, e lhe entorpecer com um sentimento de tamanho alívio jamais experimentado, melhor deixar para escrever depois – ligue agora para ela, e diga que a ama.

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