Corrosiva

Crônicas corrosivas e gestos de amor

Diário de Manolo DDA II

Prezado Diário,

Estou exalando alegria. Hoje será um dia especial. Tenho um encontro à noite. Lembra-se daquela garota que mencionei? Algumas páginas atrás? O nome dela… o nome dela… Peraí, vou ver. Não achei, droga. Mas tenho certeza que está aqui em algum lugar. Ou estaria no outro diário? Eu tenho outro diário? Claro que não. Ah, eu tenho um caderno de poesias. Isso! Eu escrevi versos e poemas para ela. E usei seu nome. É isso! Segura aí. Achei! Santo poema!! Coloquei o nome dela no título do poema. “SERENA COR DE PRIMAVERA”. Mas… o nome dela é Serena ou Primavera? Droga, por que eu complico as coisas? O que acha, Serena ou Primavera? Tá mais com cara de Serena, né?  Não conheço ninguém com nome de Primavera. Mas, se for pensar bem, não conheço ninguém com nome de Serena também. E agora, Diário? Como vou me encontrar com uma garota se esqueci a palavra mais bela que existe no dicionário dela, seu nome? Droga, começou a bater deprê. Vida vã! Vida inútil! Calma, calma, respire. Eu me viro. Você sempre se vira, Manolo. Só não posso deixar ela perceber que esqueci o nome dela. Isso não é difícil. Eu sou esperto para essas coisas. Sou sim. Faço assim:

Pego nas mãos dela, e digo “Primavera”. Se ela falar “oi”, sorrindo, é porque acertei. Se ela franzir o cenho e falar “Quê???”, aí emendo: “Teus olhos são da cor da primavera, minha Serena”. Eu sou um gênio, caro diário. Devia se orgulhar disso.

1 Comment

  1. Polyana

    at

    preciso vir mais aqui… esses dias não estou lendo nada além do que devo! percebi agora…

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