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Como expressar números ao escrever um livro

Que regras devem guiar um jovem escritor ao expressar números em seus textos? Quando usar dígitos ou palavras?

Como você expressa números ao escrever um livro? Quando você decide utilizar dígitos? E em que circunstâncias você utiliza somente palavras? Ou seja, você escreve “8” ou “oito”?

Embora o estilo possa direcionar um jovem autor quanto a como representar os números ao escrever um texto, ainda assim, existem certas regras que podem ser seguidas. O objetivo é garantir maior legibilidade das ideias que deseja transmitir.

Como expressar números ao escrever um livro

Embora haja discordâncias, a maioria dos especialistas indica que qualquer número deve ser escrito quando requerer apenas uma palavra. No caso de números que precisem de duas ou mais palavras, então, é melhor expressá-los em valores absolutos. Isto quer dizer que você deve escrever “vinte”. No entanto, deve preferir “24”.

Números arredondados e maiores precisam de uma combinação de dígitos e palavras. Por exemplo, você deve utilizar “cerca de 400 milhões” para facilitar a leitura. Você só usará dígitos se precisar ser bastante explícito, como em “400.023.029”.

Não inicie uma sentença com dígitos. Isto torna a leitura um pouco confusa. Assim, não é interessante começar uma sentença com: “32 dias foi o tempo que precisei para sair daquele pardieiro”. Ao invés disso, deve-se usar: “Trinta dias foi o tempo que precisei…” ou “Precisei de não menos do que 32 dias para sair daquele pardieiro”.

Séculos e décadas posicionam-se com maior nitidez quando explicitados em palavras. Por exemplo: “E tudo começou nos tumultuosos anos oitenta”.

Evite o símbolo de porcentagem (%). Utilizar expressões como 10% deve ficar limitado a apresentações e textos empresariais. Ao escrever seu livro, prefira “dez por cento”.

Números ordinais suplicam por palavras, e não dígitos. Dizer: “Ela foi o meu 1.º amor” soa patético.  Muito melhor com “Ela foi o meu primeiro amor”.

Sempre que precisar escrever números em seu livro, talvez ache interessante recorrer a este capítulo. No entanto, você verá que, com o tempo, a prática fará com que este processo se torne automático.

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8 Comments

  1. Douglas

    at

    Muito obrigado :)

  2. Ricardo Reis

    at

    Dica muito útil. Obrigado.

  3. Rafaela

    at

    Tive meus pensamentos lidos! Essa dúvida cruel era o que me incomodava tanto antes mesmo de começar a escrever.

  4. Excelente artigo, me ajudou bastante. Ainda tenho uma dúvida:
    Como expressar horários? Em meu texto eu preciso dizer o horário que a personagem leu no relógio, mas ficou patético:
    “12:47”, ela leu em letras miúdas na tela fixada no canto direito do elevador, cuja única serventia era fazer os usuários não se encararem.

    Poderia palpitar?

    • Juliano Martinz

      at

      O ideal é começar sentenças utilizando palavras. Neste caso, “Meio dia, quarenta e sete minutos”. Por outro lado, números complexos, extensos, perdem seu impacto e significância quando expressos assim. Se fosse apenas “meio dia” (ou “meia noite”) eu utilizaria as palavras. Para algo tão específico e em detalhes como 12:47, acredito que numerais serão mais esclarecedores e rapidamente compreendidos.

      • Lembro mais antigos, naquela mesma ocasião eu editei o texto, deixei da seguinte maneira:

        “Em letras miúdas, na tela fixada no canto direito do elevador, o relógio marcava meio-dia e quarenta e sete. Devem ganhar muito dinheiro mesmo, não há lugar melhor para colocar propaganda! Refletiu tentando esquecer o atraso.”

        Mas muito obrigado pela dica Juliano…

  5. Thiago Oliveira

    at

    Estou escrevendo agorinha com essa dúvida, e esse post foi extremamente útil. Obrigado.

  6. Realmente “Ela foi o meu 1.º amor” parece patético.
    Bom texto.

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