Corrosiva

Crônicas corrosivas e gestos de amor

Como Escrever Incríveis Primeiras Frases Para Seu Livro

Enquanto rolava escada abaixo, após o que pareceu ser um acidente doméstico, Juliano pensava: “Preciso urgentemente de uma ideia para o artigo de hoje”

Escrever a primeira frase (ou primeiras frases) de um livro é uma tarefa que pode se tornar extremamente difícil. Pelo menos, se você deseja causar um impacto merecido.

A primeira frase de um livro não pode ser encarada como sendo de pouca importância. Ela é um item valioso na questão que envolve como escrever um livro passo a passo.

Na verdade, é a frase mais importante do seu livro, justamente porque é sua primeira oportunidade de envolver o leitor. É primeiro contato que o leitor terá com você ao abrir seu livro em uma livraria, biblioteca ou acessar seu e-book em um dispositivo eletrônico.

Portanto, se você é escritor(a) iniciante ou experiente, lembre-se sempre de dar atenção individualizada à primeira frase do seu romance ou conto. Caso tenha um livro já pronto, poderá aproveitar a oportunidade para dar uma olhada na frase de abertura, e ver se ela justifica o título de frase mais importante do livro.

E caso esteja tendo dificuldades em escrever a primeira (e impactante) frase do seu livro, relaxe e considere as dicas abaixo. Junto a cada uma das dicas incluí primeiras frases de livros conhecidos da literatura (outros nem tanto) para exemplificar os princípios alistados.

Declaração Que Revela Um Princípio Universal

Estas são as frases que destacam alguns fatos aceitos pelas pessoas, no entanto, apresentados de forma inteligente e chamativa. Por exemplo, Leon Tolstói abre o romance Anna Karenina com a frase:

“Todas as famílias felizes se parecem entre si; e as infelizes são infelizes cada uma a sua maneira”.

Clarice Lispector também utilizou esta técnica em A Hora da Estrela:

“Tudo no mundo começou com um sim”.

Portanto, você pode ter uma boa primeira frase de seu livro apresentando uma verdade básica. Mas lembre-se de apelar para fatos que sejam instigantes. Abrir o livro com esta verdade: “O sol brilhou quente sobre a cidadezinha” dá sono até em insones.

Quanto ao fato de ser uma “verdade universal”, note como Jane Austen menciona isto, textualmente, na abertura de Orgulho e Preconceito:

“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro na posse de uma bela fortuna deve estar necessitando de uma esposa”.

Esta primeira frase de Orgulho e Preconceito possui outro elemento muito importante para aberturas de livros, quando cabíveis: o uso de humor. Embora discreto para alguns, ele está presente ali. E o elemento humor tem um grande poder de atração.

E lembre-se: ao apresentar um fato universalmente aceito na introdução do livro, você precisa confirmar tal verdade pelos eventos envolvendo as personagens.

Definir o Estilo Que Permeará Toda a Narrativa

Muitas vezes, a primeira frase não é usada para trazer fatos relevantes sobre a sua narrativa. Mas apresenta nuances do que nos aguarda. Veja o caso de A Redoma de Vidro, de Sylvia Plath:

Era um verão estranho, sufocante, o verão em que eletrocutaram os Rosenberg, e eu não sabia o que estava fazendo em Nova York.

Um detalhe importante sobre esta primeira frase é que a execução dos Rosenberg nada tem a ver com a narrativa. Na verdade, esta primeira frase apenas introduz sutilmente o tom ameaçador que abrangerá o restante do livro.

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Iniciar Uma História Dizendo Que é Uma História

Parece pouco criativo? Mas não é. Pelo menos, dependendo da forma que você fizer. Veja o caso da primeira frase de Memórias Póstumas de Brás Cubas:

“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte”.

Isto sem contar a genial dedicatória que integra a própria narrativa: “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico, como saudosa lembrança, estas Memórias Póstumas”.

Outro exemplo é de O Apanhador no Campo de Centeio (quando crescer, quero escrever igual vovô Salinger):

“Se querem mesmo ouvir o que aconteceu, a primeira coisa que vão querer saber é onde eu nasci, como passei a porcaria da minha infância, o que meus pais faziam antes que eu nascesse, e toda essa lengalenga tipo David Copperfield; mas, para dizer a verdade, não estou com vontade de falar sobre isso”.

Primeira frase de um romanceAlém disso, note que a voz e vocabulário do narrador é peculiar, já dando uma percepção de como será o restante da obra. A impressão não é de estarmos lendo um romance. Pelo contrário, estamos simplesmente ouvindo um amigo contando uma história. Isto permite algumas liberdades, como o uso de gírias.

Foi este o recurso que utilizei em Diga Adeus, Messina:

“Se eu soubesse a porcaria em que iria me meter, teria dado um fim nessa história antes que ela começasse a ser escrita”.

Aberturas Curiosas

Esta é uma dica valiosa. É aquela frase que, ao lermos, pensamos: “Mas, como assim? Explica. Explicaaaaa…”

Um bom exemplo para destacar este princípio é a primeira frase de Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez:

“Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo”.

Espera… Pelotão fuzilamento? Conhecer gelo? Como assim, meu velho?

Uma primeira frase curiosa pode não despertar tantas indagações, mas chama a atenção. É o caso de “Não Te Deixarei Morrer, David Crockett” de Miguel Souza Tavares:

”Quem és tu que danças descalço na noite escura?”

E como não citar Inês Pedrosa em “Nas Tuas Mãos”:

“A tua cabeça rodou na direção do meu rosto, os teus olhos fecharam-se e a tua boca avançou para a minha, através de uma lenta rota de luz, risos e lágrimas. Quando os teus dentes morderam os meus lábios ,alguém gritou ‘Bravo!’”

Desculpa aí, mas quem gritou “Bravo” fui eu!

Mas, note que aberturas curiosas podem assumir outro aspecto: ser extremamente simples, como vemos a seguir.

Seja Simples

Há uma dica que parece ir de encontro a tudo o que foi mencionado. Usar uma declaração extremamente simples, desde que feita de forma instigante, pode prender a atenção do leitor. Por exemplo, o livro Fahrenheit 451 de Ray Bradbury inicia assim:

“Queimar era um prazer!”

Sem nenhum truque, sem qualquer técnica complexa. Apenas uma declaração simples que desperta a curiosidade.

Se preferir, você pode deixar a primeira frase para escrever por último. Em muitos casos em que estamos “travados”, a melhor coisa é esperar a conclusão do livro. De posse de todos os fatos, o tom definitivamente estabelecido, fica mais fácil pensar na grande frase de abertura do seu romance.

Quais são suas frases de abertura preferidas? Você já escreveu livros cujas primeiras frases são interessantes? Compartilhe nos comentários abaixo.

101 Comments

  1. Lilyzinha

    at

    “Algumas pessoas tem medo da morte, outras da vida. Há quem diga que tudo fica melhor após a morte, outros dizem que é tolice não a temer.
    Sempre vi a morte como um novo começo, visto que, assim como na vida, nunca se sabe o que pode acontecer.”
    Deixem opiniões, please ♡♡

  2. Mary Lindsey

    at

    Eu comecei a escrever um livro de fantasia, coloquei como frase inicial “Viva pela aventura, nunca desperdice um momento de adrenalina, viva pelo que você ama, ou por quem você ama.”. Ficou interessante ao leitor?

  3. Alice

    at

    Eu comecei com a frase “com seu irmão morto em seu colo, gritou “EU TE ODEIO! EU TE ODEIO MAIS QUE TUDO!”” mas agora não sei como continuar, poderia me responder?

  4. Rosa Negra

    at

    Por favor, deem feedbacks
    “Com suas mãos amarradas ás costas, Byon assistia o mundo envolto por chamas roxas, enquanto se perguntava em que momento tudo havia dado errado”

  5. alex

    at

    estou tentando fazer meu primeiro livro completo,avalie:
    ”10 anos podem passar muito rápido quando você não está realmente vivo.”
    essa é a primeira frase,se voce se interessar por favor responda esse comentário,obrigado.

    • Elfa Mimith

      at

      Não sou o dono do blog, mas achei interessante esse começo! Gostei.

  6. Rayane Marques De Oliveira

    at

    Eu me chamo Rayane, tenho 13 anos, e não consigo terminar meus livros, já são 3 livros inacabados, espero tentar concluir todos eles.

    • Elfa Mimith

      at

      Eu passo pela mesma coisa! Estou tentando achar um foco, mas aí tive ideia para outro livro kkkkkkk assim complica!

  7. Babili

    at

    Me deem as suas opiniões, por favor…
    “Eu nunca teria imaginado, que o universo é tão grande, tão lindo, tão misterioso e tão prazeroso, principalmente nas linhas do seu corpo”

  8. Vaéria

    at

    Alguém poderia me dar uma opinião?? rsrs

    ” Era outono quando Amélia Borchette de apenas 7 anos mudou-se com a família para Luxemburgo. Ela amava mudanças, amava ter um novo quarto para organizar seus brinquedos e amava fazer novas amizades.
    No dia em que chegaram na nova cidade a família foi muito bem recebida pelos novos vizinhos, principalmente pela família Brilon, que resolveram fazer um almoço de boas-vindas para eles e assim apresentá-los para o resto da vizinhança.
    Era um domingo e a brisa do outono invadia a casa da família Borchette, Amélia já estava se arrumando para o almoço na casa dos Brilon quando sua mãe chegou em seu quarto.
    _ Querida, me ajude aqui com o zíper. _Pediu sua mãe.
    _Claro mamãe!
    Assim que se arrumaram elas desceram as escadas e foram à cozinha onde seu pai e seu irmão as esperavam. ”

  9. Aline

    at

    Olá. Decidi escrever um romance. Começou a fluir, naturalmente, em terceira pessoa… mas fiquei com uma dúvida… Você tem algum post falando sobre o narrador? Porque, na minha estória, ele sabe muito sobre a moça, personagem principal, as pessoa questionam como o narrador sabe tanto? Isso é estranho, ruim? hehehe. Eu estou perguntando pois me coloco como leitora… E e os outros? Se puder me dar uma dica… Obrigada. Conheci o seu blog agora e já estou aprendendo coisas que me ajudarão na continuidade do livro. :)

    • emilly

      at

      Bom dia Aline, depois você da uma pesquisada sobre narrador onisciente em terceira pessoa. Ele sabe de tudo.

  10. M.Toledo

    at

    “Todos dizem que com habilidades extraordinárias vem grandes responsabilidades, mas ninguém jamais citou as absurdas mortes incluídas no pacote”.

    • Babili

      at

      Cara, top demais, você vai postar o livro? Se sim, onde? Sério, deu muita vontade de ler

    • Elisa

      at

      Uau. Já quero ler este livro!

  11. JK Veronic

    at

    Se alguém puder me dar uma opinião ficarei grata…

    Mesmo, com os fios negros e lisos deitados de maneira desorganizada na frente de seu rosto, com a boca aberta em surpresa, Mina olhou para Suzanne. Um olhar indescritível, surpresa e medo. Seu olhos arregalados. O que limitou suas ações – de expressar ainda mais a admiração – foi o local em que a conversa teve início: A Biblioteca Librorum. Ainda que os três jovens estivessem na mesa mais afastada, omitida pelas estantes carregadas de livros, Mina deveria respeitar a leitura das outras duas pessoas ao lado, então não poderia gritar: “O quê?”, mesmo que seja essa a sua vontade.

    A frase de Suzanne perpetuou em sua cabeça como uma pedra que cai em um poço fundo, e então quando cai na água o som subia até a beira, e Mina estava lá para ouvir, só que dessa vez com a palavra “monstro” ecoando.

    Mina estava em êxtase. A ideia de que ela não era a única a crer em coisas assim fez milhares de palavras brotarem em seu cérebro, cada uma dizendo coisas, opostas ou não, enchendo a cabeça dela de barulhos. Sua boca queria dizer todas as palavras de uma vez. Mas primeiro veio a surpresa, e um reprimido “O Quê?” que soou quase como um chiado.

    Sufocou a palavra em sua garganta. Engoliu-a como se comesse o ar sem gosto. Com tantas emoções aflorando em sua pele, Mina não soube como reagir, ficando então com uma expressão estática em seu rosto. O que fez Suzanne encolher de leve seu corpo sobre a cadeira e desviar o olhar, pensando na futura reação de Mina. Quando a surpresa passar, então vai vir a frustração.

    Mina acreditou. Por incrível que isso pareça. Ela acreditou.

    – Isso é… – Incrível, diria. No entanto ainda estava recuperando a razão que perdera por míseros segundos.

    Por outro lado, Thomas diminuiu o espaço entre as sobrancelhas, jogou o corpo para trás se apoiando mais sobre a cadeira. Então olhou para os lados, e constatou que só tinham duas pessoas, fora os três. Curvadas como corcundas, ou palmeiras contra o vento litorâneo, com as caras grudadas em seus livros volumosos. Pareciam estarem em outra dimensão, a dimensão de seus livros. Por isso o silencio, por isso o sussurro de Mina parecia ser dito aos berros.

    Cogitou pegar um livro qualquer, ficção ou não, talvez até autoajuda, para enfiar a cara também e ignorar essa conversa entre as duas. Ele voltou a olhar Suzanne incrédulo, como sempre. Então ela sentiu a ironia que estava por vir.

    Eu preferi uma linguagem mais simples…

    • Alice

      at

      Ah, eu gostei pra caramba, fiquei curiosa com o desfecho. Poderia me mandar mais pelo email alicemartins7l@hotmail.com? Se você se interessar poderíamos trocar capítulos, também gostaria da opinião de alguém sobre o livro que estou fazendo.

  12. Renata de Haro

    at

    Ola Juliano, estou pesquisando pra escrever um livro e tenho algumas duvidas tbm qto aos personagens, vou escrever sobre minha vida mais nao sei se posso usar nomes verdadeiros ou nao, nao se trata de biografia. Desculpe a falta de acentos meu computados tem o teclado em outro idioma.

  13. Natalia

    at

    De facto Carlos, com uma entrada tao activa no inicio, este romance terá que ser muito emotivo e bastante activo, para continuar a cativar o interesse. Eu acho que irá ser um excelente desafio. A experiencia que se tem quando se escreve, torna-se viciante. Eu nao conheço melhor vicio. Parabens.
    Aventurando me a ser ousada….
    E eu quando posso ler esse trabalho? :)

    • Carlos

      at

      Ainda não sei ainda esta em construção

  14. Marcílio Egidio

    at

    Não posso acreditar que uma semana inteira, a despeito de toda complexidaxe envolvida, seria reduzida a duas palavras aparentemente simples. Meus alunos seriam impactados com as histórias daquele estranho.

  15. Natalia

    at

    Talvez este seja o ultimo…..
    aqui vai!

    -Humm não consigo explicar! Talvez seja por esta minha condição de vida perpetua! Já nem conto os anos!
    Ultimamente chamam me de inconstante, implicativo e até mesmo influenciável!
    Influenciavel? Eu?! Que culpa tenho eu de que me agarrem de formas diferentes? Nao consigo resistir….
    Cada mão que me pega, pede me algo diferente e eu… bem eu não resisto e obedeço!….Ouço a alma e repito o que ela diz!
    Depois é isto!…Surpreendem-se com o que ditou a alma!
    E sou eu o influenciável?
    Ora! Eu ouço cada uma…. Estou revoltado sim! E vou me manifestar me revelando alguns dos seus segredos! Quem sabe se não entendem de vez… que a culpa não é totalmente minha!
    Meus senhores… a culpa é vossa! Aceitem esse facto!
    Ora vejam lá isto!….

  16. Ana Paula Veloso

    at

    Muito boa essas dicas, gostei muito pessoal.

  17. carlos

    at

    Alguém poderia dar a opinião
    4 anos passam muito rápido.
    Há quem não ache isso, mas para quem acredita em vidas passadas, acredito que em quatro anos obtive experiências suficientes para duas vidas. No mínimo.
    O engraçado é que nunca pensei que em 4 anos a minha me levasse onde estou agora. Se bem que… não estou grande coisa de momento.
    Não me levem a mal, mas estou sentado no chão frio de uma discoteca, encostado ao balcão do bar com garrafas destruídas à minha volta e em cima do meu corpo, escorrendo os seus conteúdos, os empregados que eu conheço apavorados ao meu lado, e com razões de estar, já que do outro lado do balcão estão 3, não, 4 tipos armados com os dedos demasiado leves para as armas que carregam.
    Olho para o meu ombro e vejo-o a sangrar. Boa, mais uma a ajudar. Uma bala atravessou o ombro mesmo entre a clavícula e a omoplata e esta a sangrar profusamente, alem de não ter força no braço.
    E a cereja no topo do bolo é que aparentemente acontece uma chuva de estrelas esta noite, e um meteoro deve ter batido com sabe-se-lá-bem-o-quê e vem para a Terra. Hoje.
    Se eu estou bem, sinceramente não sei o que é estar mal.
    No momento em que estou a pensar nisso reparo na miúda que esta ao meu lado. Eu conheci-a anos atrás e sei que não é religiosa, mas neste momento o medo dela sobrepôs-se a qualquer racionalidade e esta a rezar a um Deus qualquer. Bem como o Lektus diz:” macacos e maquinas de escrever”. Parece que começo a perceber o que ele quer dizer, mas não tenho a certeza. Não interessa. Ele é o génio da equipa.
    De qualquer maneira eu tenho que ajudar estas pessoas, mas quando estou a pensar em alguma maneira de sair desta situação sinto a perda de sangue a fazer o efeito previsto. Estou a perder a consciência.
    Os empregados a minha beira começam a ver que não estou bem e uma das empregadas fala para mim. Deve ser para não adormecer ou algo do género.
    Com algum esforço aponto para um copo. Não tem nada de especial esse copo tirando o facto de ainda estar inteiro apesar das inúmeras balas que já foram gastas das armas dos tipos do outro lado do balcão.
    Eles entendem que quero o copo, mas não fazem a menor que ideia do que tenciono fazer com ele, mesmo assim num gesto de confiança e eles entregam-me o copo.
    Num esforço bem-sucedido consigo recuperar a lucidez por breves instantes e encosto o copo ao ferimento do ombro e algum sangue cai no copo. Não é muito, mas estou sem opções e apesar de ser uma das piores ideias que tive, irá ser aquela que pode salvar a minha vida e a de toda a gente.
    Esforço-me para chegar com o copo a minha boca e sinto os olhares de nojo e repulsa virados a mim, mas não ligo. Entretanto sinto cinco pensamentos na minha cabeça a dizer todos as mesmas palavras:” ÉS MUITO ESTÚPIDO “.
    Eu bebo o conteúdo do copo e perco a consciência.

    • carlos

      at

      Queria desculpar-me pela falta de ponto de interrogação e o agradecimento em avanço para perderem o vosso tempo para ler algo que pode nem vos agradar . obrigado.

    • Natalia

      at

      Gostava mesmo de ler este livro.
      Eis um dos inícios que eu detesto…. mas detesto mesmo! Porque me deixam sedente de mais…. entusiástico, misterioso, deixa a imaginação tomar conta do espaço, e dá uma vontade de não parar de ler!
      Se o conto for sempre assim até ao fim… é daquelas leituras que quando se começa… só pára no final e com pena de deixar a historia. Adorei!
      Na minha humilde opiniao! Parabens Carlos está excelente!
      posso saber o fim? :)

      • Carlos

        at

        Este vai ser dividido em dois grandes arcos.
        O primeiro serão os estes 4 anos que o personagem sai de problemas e enfia-se em ainda mais (maior parte das vezes).
        Além do mais vai dar uma espécie de crescimento do personagem que além dos que cria tenta resolver situações relacionadas com o passado dele

  18. Depois de duas horas lutando de igual para igual, Arzan é derrubado pela Lâmina do Trovão. Arzan estava muito ferido, no suspiro da morte ele começa a agonizar enquanto Victor vem em sua direção com as mãos cheia de sede de vingança. seus olhos estavam da cor do brasão dourado da flor de lótus seu poder era tao grande que interferia a conexão da terra para o outro mundo.
    (Arzan) -por favor Blauwkriger! tenha piedade de mim! eu prometo que deixo você me levar para a masmorra do sofrimento eterno, mas poupe a minha vida eu suplico.

    Victor Crava a espada em seu peito e diz

    (Victor) – Muitos inocentes aqui da vila suplicaram para não morrer e você teve piedade?
    Você teve piedade na hora que matou meu pai e tentou matar a minha mãe?
    VOCÊ TEVE PIEDADE NA HORA QUE MATOU A PESSOA QUE EU MAIS AMAVA NESSA VIDA!!?? ME DIGA POR QUE EU TERIA PIEDADE DA SUA VIDA SEU VERME?

    Grita Victor Chorando com muito ódio cravando mais e mais a espada do trovão no peito de Arzan.

    (Arzan) – METADE DA MINHA ALMA FOI CONSUMIDA PELO MAR DO ESQUECIMENTO EU ODEIO TUDO E TODOS…

    Para Arzan, a batalha tinha acabado mas Victor estava detonado… Anna era a pessoa que ele mais amava na vida. sem ela ele não tinha mais motivo para viver por ter quebrado a promessa de protege-la ate a morte. Victor foi para o topo da montanha Jasmine perto do Lago do Lotus dourado. Victor estava muito ferido por causa da batalha. olhos lacrimejam coração em mil pedaços, a unica coisa que sobrou de Anna, foi o colar da raposa do fogo, ele cai ajoelhado e aponta a lamina do trovão para si…
    (Victor)- Se ela e nem a minha mãe estão mais vivas… não tem o porque eu continuar vivo.

    (Continua hehe)

    me ajuda ae eu to criando essa historia mas n sei por onde começo

  19. Pedro

    at

    Eu não costumo escrever livros, mas se eu for escrever em um site onde eu tenho certeza de que as pessoas irão ler uma sinopse, eu devo colocar essa frase inicial marcante na sinopse ou no início do livro mesmo?

  20. Gilbert D'Assis

    at

    A Dança existe entre nós desde que o primeiro casal humano foram criados. Porque cheguei a esta conclusão? Eles foram criados perfeitos, e ninguém pode ser perfeito sem dançar, simples assim.

  21. Edvanya

    at

    Sempre gostei de ler e escrever,tenho varias historias em mente e em papel, histórias de ficção. Gosto de escrever para o público adolescente.

  22. Fabi

    at

    – eu estou a beira da morte, sabia? – olhava para homem sentado a sua frente, o mais fixamente possível. Tinha que convence-lo a sair desse arranjo.
    – Hum… – sorria de lado, nada convencido – essa é difícil – murmurou.

    Bem….. me interessei pelo blog, e decidi ter coragem de mostrar um pouco do que escrevi. Podem falar o que acharam.

    • Natalia

      at

      Eu achei interssante, deu vontade de ler mais um pouco!

      • fabi

        at

        Mesmo? Acho que tentarei continuar com a história.
        Natalia, obrigada pela sua opinião!

  23. Natalia

    at

    Podem por favor dar-me a vossa opiniao?
    Mais um e este comecou assim…
    Finalmente estou de partida. Um rápido adeus aos amigos, ás paisagens e pronto!
    Vou para um país novo, novo idioma, novos hábitos, enfim nova vida!
    Ao começar uma nova vida gostava de não levar recordações, especialmente coisas que me façam pensar e por consequência relembrar esta vida que eu vou deixar.
    De nada nos vale olhar para trás não é verdade?!
    Mas querem saber o que me intriga?
    Nunca vos aconteceu conhecerem alguém que para vocês é alguém misterioso? Alguém com algo para explicar ou entender?
    É um pormenor muito patético, eu sei! Mas esta manha relembrei do assunto! Porque que tive de ir á minha médica de família, exigências de outros mundos… querem que eu comprove que estou bem de saúde!
    E se é isso que abre a porta para um mundo diferente! Porque não!
    Marquei consulta e como sempre a Dra. Celine está sempre disponível.
    Sim é ela mesmo que me intriga! Podemos descrever esta médica como um ser humano incrível, meiga, sensível, atenciosa, zelosa.
    São excelentes qualidades como médica eu sei! Mas naquela altura em que todos se alteram, entram em pânico ou simplesmente quando alguém perde a cabeça, a Dra. Celine fica completamente diferente, profissional como sempre, mas fica fria, distante, imparcial, não parece a mesma pessoa sensível e delicada nós conhecemos.
    Nós sabemos que para tudo há uma explicação. Mas gostava mesmo de saber que mistério é este! O que faz uma pessoa ser assim!
    Eu confesso que se vejo alguém atrapalhado acho que me atrapalho também, não tem haver com a profissão, mas com os sentimentos, entendem?
    Pois bem, hoje decidi tentar descobrir o porquê! Arrisquei a ser julgada como coscuvilheira, mas eu gostaria de sair daqui sem qualquer ponto pendente.
    Fui directa ao assunto, justifiquei o porquê desta minha curiosidade, e a razão de ser tao audaz na pergunta. E surpreendentemente a Dra. Celine convidou-me para um lanche.
    Vocês não conseguem imaginar!
    Nunca eu tive conhecimento de alguém com uma experiencia de vida tao forte como a da Dra. Celine.
    Nunca imaginei que alguém conseguisse suportar tanta provação numa só vida!
    Fiquei triste em saber tudo isto, a historia é horrorosa e com contornos surrealistas, no entanto a Dra. Celine sobreviveu a tudo isto!
    E eu vou-vos contar a sua historia! Não é algo que possa ficar apenas entre uma pequena mesa redonda de um café.
    Vocês têm que conhecer esta história.

  24. Carolina Sthefan

    at

    Isso não é uma história de amor.!

    Não! Não é uma história de fracasso, decepção e superação. Não só.
    É uma história sobre vida. A minha vida.

    Por isso, se você se interessar em saber, puxe uma cadeira, sente-se confortavelmente, pegue uma xícara de chá, e por favor sinta-se à vontade para
    ]me julgar como quiser.!

    Depois de usar tantas máscaras, entendi que a melhor pele a se estar é aquela onde tem alguém feliz dentro dela.
    Desculpe o transtorno, mas não estou aqui para agradar, sim para ser Feliz..

    Gostaria de saber se ficou bom o prólogo do meu livro. ele não tem titulo ainda. penso em “Na minha pele” mas não está definido. por favor me ajudem.

    • Kim

      at

      Está muito bom só mude o nome ( tá horrível!) Kkkk
      Dica : termine a história e arranje um título que se encaixe em tudo que aconteceu durante a história ou pesa ajuda para algum amigo

    • Higineth Vicente

      at

      Amei Carolina!

      Até se parece comigo esse prólogo.

      Posso tirar algumas frases??

  25. O Vento

    at

    A aurora irrompe ao horizonte com a turquesa das águas a cada dia que se renova como o bramido do mar impetuoso. Do mesmo vento que corre dentre as árvores do bosque, ouve-se o riso daqueles em que a vida já fora expirada. Lembra-te, contudo, que a tua respiração já se cessara.

  26. Jarbas Inácio

    at

    ” Sinto que toda a desgraça do mundo veio se alojar em mim”. Luíza releu várias vezes a frase que acabara de escrever. A frase, que fechava mais uma carta para Beatriz, foi cunhada em sua mente na noite anterior, durante a missa de sétimo dia da morte de seu pai e veio a sua mente em forma de imagens; a imagem do marido morto no dia do acidente, a imagem dos últimos dias do pai doente, a imagem da mãe inconsolável no velório; a clínica fechada. Luíza divagava seu olhar para a tela do computador e repetidas vezes relia aquela frase. A palavra “desgraça” não lhe agradava. Pressentia que aquela palavra pudesse atrair ainda mais dissabores à sua vida, por outro lado, desejava expressar a melancolia que vivia naquele momento como se estivesse falando pessoalmente com amiga distante, queria tocar a alma da amiga. Releu a frase algumas vezes mais e nada vinha à mente para melhorar aquele final. O cansaço da noite mal dormida não deixava Luíza se concentrar. Levantou-se, então, pensou em palavras sinônimas até que teve a ideia de substituir a palavra “desgraça” por “infelicidade”.
    “Sinto que toda infelicidade do mundo veio se alojar em mim”.
    ” _ Acho que assim ficou melhor”, falou para si mesma.
    Ela então virou-se e olhou para a cama desarrumada, levantou-se da cadeira e caminhou pelo quarto, observando atentamente, os detalhes que talvez nunca tivesse observado. “_ Como é enorme esse quarto!”, concluiu. Ainda tinha fresca a imagem moribunda de Felipe.
    Ao retomar os olhos para o computador o pensamento já não estava mais na carta. O pensamento já era confuso, desfocado de qualquer assunto; já nem se lembrava mais o que estava fazendo, olhava para o vazio, para o nada. Baixou a tela do computador e fixou os olhos no espelho perfeitamente fixado atrás da escrivaninha de madeira escura. E o que viu diante de si era muito diferente daquela menina que chegava a Santos há dezoito anos com o sonho de ser dentista.

    Duas filhas de Eva. A deprecação de Luíza ( Jarbas Inácio)

    • Natalia

      at

      prendeu-me ! Gostaria de ler a continuação. Conteúdo com muita informação, mas aberto a uma intensa e agradável leitura.

      • Jarbas Inácio

        at

        Natália, A deprecação de Luíza é baseada em fatos reais. Luíza era viúva de Felipe, ambos dentistas na cidade de Santos. Havia perdido o marido com apenas 40 dias de casamento.Os pais foram morar com ela em Santos. O pai de Luíza teve câncer e faleceu pouco depois que chegou a Santos para morar com a filha. Foram 4 anos de profunda depressão com a perda do marido e do pai. Abandonou a profissão. Pesquisando algo na internet sobre depressão reencontrou Victor, amigo de infância……

        • Jarbas Inácio

          at

          Beatriz, perdoe-me, mas se não lhe mandei notícias antes não foi porque não as tinha, foi porque a doença de meu pai evoluiu rapidamente e subtraiu de mim todo o meu tempo e minha vivacidade. Creia em mim, minha amada, pois fora-me, realmente, impossível escrever a ti, e em cobro por essa dívida, embriagava-me diariamente com altas dose de culpa. Beatriz, aquela esperança de cura de meu pai como desejei na minha última carta, não se realizou; aquela esperança foi se esvaindo a cada visita. Diante de minhas retinas, fatigadas e embaçadas por resíduos de lágrimas, eu via aquele homem de corpanzil italiano se definhando até tornar-se num corpo magricelo, de rosto seco e olhos salientes, de apenas pele e osso, como aquela loba magricela no caminho de Dante. O câncer é, certamente, uma prova misteriosa do amor de Deus por nós. E assim, sucessivamente, seguia-se a cada dia iniciado, até que nos últimos dias, naquele quarto frio e úmido, onde a luz do sol não traspassa as cortinas, começava a reavivar em minha memória imagens do funeral de Felipe, e invadia os meus sentidos o bálsamo fúnebre de crisântemos misturado ao odor da fumaça dos enormes círios acesos, que impregnaram em minhas entranhas e que seguem assombrando-me até hoje. Era, pois, a funesta antecipação da despedida, dura e cruel, porém verdadeira, da morte que sobrevinha. E na manhã da última segunda-feira a morte chegou, e meu pai se foi com ela, como se vai um pescador num barco à deriva em direção do ocaso para nunca mais voltar. Deus, em Seus mistérios que a mais temente inteligência humana não é capaz de esclarecer, tirou meu pai de mim e entregou-o ao mundo das almas desencarnadas. E ontem, tive a infelicidade de estar novamente numa missa de sétimo dia. Em menos de dois anos, foi a segunda vez: a primeira, em memória de meu esposo Filipe e ontem, em memória de meu pai! Espero que Deus, na sua infinita bondade e misericórdia, poupe-me de participar de mais uma, não suportaria uma terceira! A menos, Beatriz, que seja a missa de sétimo dia em nossa própria memória. Foi uma batalha renhida que minha mãe e eu travamos quase vinte e quatro horas por dia e perdemos; não há batalhas a vencer contra as insignes divinas. Nos últimos meses dediquei, inteiramente, meus dias a ele, vivi uma vida santa, irrepreensível, certamente, a mesma vida vivida pelas monjas carmelitas do Monte Carmelo, enclausurada em orações e visitas a meu pai enfermo. Meu itinerário de todos os dias foi tortuoso e amargo, circunscrito a sair da Rua Castro Alves para a Beneficência Portuguesa e de lá, à santa moradia de Deus no Embaré! Não teve um dia sequer que não visitei meu pai no hospital, não teve um dia sequer que não me prostrei ajoelhada diante do Senhor rogando-Lhe compaixão ao meu sucumbente pai. Durante sua vida terrena fui para ele, por trinta e um anos, a sua princesinha ruiva, a sua bonequinha vermelha, a sua maluquinha sardenta, até ele me entregar como esposa para Felipe, e quando fiquei viúva e a vida me jogou no mais profundo vale negro da depressão, ele abandonou tudo em Mogi para vir-me resgatar em Santos. Agora, seu Enéas, o italiano de olhos verdes, voz calma e coração puro é um espírito de luz e, certamente, continuará a missão de me resgatar do vale da morte que ainda me encontro posta. E não haverei de viver, até o último segundo de minha vida, até o meu último suspiro, sem que seja em seu louvor, em honrarias à sua memória e em gratidão por ter-me resgatado daquele orfanado de Itapira e me tomado em seus braços como sua filha adotiva, e até mesmo, por nos proporcionar essa fusão de almas que somos, você e eu, e que seremos, oxalá, até a eternidade. Seu Enéas não me concebeu a vida, mas me resgatou para a ela quando me tirou daquele abrigo e me colocou ao seu lado. Ontem, ao fim da missa, sentada novamente na primeira fileira da Matriz de Santo Antônio do Embaré, fiquei por mais alguns minutos olhando para a imagem de Cristo crucificado no altar, e pus-me a refletir nos mistérios do amor de Deus comigo. Há dois anos estive naquela igreja para unir meu corpo e alma ao corpo e alma de Felipe, sob a proteção daquele mesmo que habitava o altar em minha frente; quatro meses depois, eu estava lá novamente para a missa de sétimo dia de meu esposo. “- Aqueles que Deus une no amor de Cristo, transformando num só corpo, a Ele somente incumbe separar”, ainda tenho viva a voz e a imagem do frade, comungando diante de nós a sagrada liturgia do matrimônio. E assim fez Deus, cumprindo o matrimônio, levando de mim Felipe, aquele espírito de luz para morar junto a Ele, assim fez também com meu pai, aquele senhor cuja inteligência humana jamais conseguirá defini-lo, e assim fez com você, meu corpo e minha alma gêmea, quando nos separou há dezesseis anos levando você de mim para um mundo distante. Ora, Beatriz, que tudo vê sem ser vista, que males restam-me ainda para dissaborear nesta vida? O que Ele ainda reserva para mim; caminhar por um caminho revestido com tijolos macios, iluminado por um arco-íris de luzes reluzentes, onde sé possível caminhar lonjuras com pés descalços; ou terei ainda que caminhar por um caminho revestido com pedras pontiagudas, tateando a escuridão, onde ensanguenta-se até mesmo os pés protegidos com a mais alta couraça? Uma nova provação? A esperar minha amada, a esperar! Seja o que vier, vou continuar professando firmemente a minha fé feito as freiras carmelitas que caminham na orla desnudas apenas dos olhos, pois, o que for da vontade Deus, não me atreverei a criar obstáculos. Há dois meses os afazeres daqui de casa estão por conta de Raquel, que deixou meu irmão e sobrinhos em Mogi para nos ajudar, labutando alternadamente entre a casa de minha mãe e a minha casa; cuida de do Eros e da Tâmis como se fossem seus bebês. Raquel é um anjo e protesto a Deus que Ele se abstenha de qualquer separação. Minha convalescença piora a cada dia, a cada comprimido tarjado de preto que engulo, drogas que nunca proporcionaram nenhum benefício a mim, a não ser o de sedar-me como um sedativo a um leão enfurecido depois de escapulir de sua prisão. A melancolia continua tomando conta de mim, mormente quando arrisco a olhar-me no espelho, pois é nessa hora que vejo diante de mim naquilo que a vida me transformou, num amontoado de ossos dentro de um saco de pele, um rosto convertido num rosto muito mais velho do que o meu, parecendo que tenho os setenta e seis anos da minha mãe e não os meus trinta e seis. Tenho vergonha de sair à rua quando observo meu aspecto físico, sugado, raquítico, com o meu cabelo ruivo maltratado e com as pernas ainda mais finas do que as que naturalmente Deus me concedeu. Assemelho-me hoje àquelas bonecas de milhos esquecidas nos campos, cujos cabelos vermelhos, expostos ao escaldante sol do dia e ao refrescante sereno da noite, tornaram-se ressecados e cinzentos, quebradiços ainda que sem qualquer toque humano. Beatriz, amada, na mesma porção de tempo que não lhe escrevi também não apareci na clínica. Se eu tinha dúvidas em abandonar minha profissão depois da morte de Felipe, hoje não tenho mais. Nos próximos dias falarei com seu Ulisses e dona Sophia sobre a venda da clínica ou que melhor apraz a eles. O indubitável é que não volto mais a ser dentista, a menos que um anjo bom apareça e que me desperte desta negra melancolia que tem sido minha vida há quatro anos, e que ele injeta em mim uma overdose de remédios verdadeiramente virtuosos, que a medicina humana ainda não foi capaz de produzir, e devolva-me a minha vivacidade perdida aos trinta e dois anos. Beatriz, despeço-me de ti por aqui! Entenda-me, por fim, que foram necessários esforços verdadeiramente grandes em permanecer diante deste computador para lhe escrever hoje, mas a minha dívida com você havia de ser paga, depositando nela toda a energia que já não existe em mim, e o que me manteve aqui foi mais uma vez o sentimento mais sublime de todos: o amor que tenho por você. Amo-te, minha alma idêntica! Perdoe-me pelo meu egoísmo e por não lhe alegrar com notícias melhores, mas, neste momento, sinto que toda a infelicidade do mundo veio se alojar em mim. Sua alma gêmea, Luíza Santos. Santos, terça-feira, 25 de maio de 2010.

          • Natalia

            at

            Bem sendo um facto real… sem duvida muito doloroso. Mas fascina me a forma poética, ênfase suave, a forma amena de como é escrito. Sem dúvida, um conto muito triste mas, de uma leitura fluente e cativante. Arrisco a afirmar que me chega a tocar a alma.

  27. Raquel

    at

    Ele não fazia ideia de quantas coisas poderiam mudar em sua vida, e o que dirá em um período tão curto de tempo

  28. Ichiru

    at

    Eu comecei meu livro com uma fala. Meu personagem tem um nome incomum e difícil de se pronunciar (Kieran), então começo com ele tentando ensinar uma outra personagem a pronúncia. O livro é de fantasia. Kieran é de um país inspirado na Rússia, mas a trama se passa em outro país, então o nome dele é sempre um “problema”.

    • Luigi Bonvenuto

      at

      Bem bolado, assim “ensina” o próprio leitor a como pronunciar o nome do personagem

  29. Joy

    at

    -Nossa, que belo anel! – disse uma loira retocando o batom carmim, admirando-se no espelho.
    -Ah, obrigada. – respondi enquanto lavava minhas mãos, fingindo não notar como um fio de ouro tão fino suportava uma pedra tão grande como aquele diamante.
    -É de noivado?
    -Ah, bem… na verdade..
    -Sorte a sua, querida. – A loira interrompeu Melissa e saiu do banheiro parando uns segundos para olhar-se uma última vez no espelho.
    -Você não combina comigo. Não sei até agora o que você está fazendo em meu dedo. Você deveria estar na mão dela. – Melissa se olhou no espelho e percebeu que estava falando com um anel. Notou que tinha baton nos dentes. Bufou.
    – Isso não tá certo, não tá não.
    Aquele anel parecia maior que ela. Aquele noivado parecia maior que ela.
    Melissa sabia que aquele mundo de loiras que idolatravam-se ao espelho não era seu. Infelizmente, George era desse mundo. E ela enfrentaria qualquer mundo para ficar com ele.
    Limpou o batom dos dentes, olhou o diamante pendurado em sua mão, fez-lhe uma prece e voltou à festa.

    Livro “A Noiva” – Em construção.

    • Ismália

      at

      Já quero ler. Esse pequeno trecho já despertou a minha curiosidade! *-* Parabéns!

    • Raquel

      at

      Quero ler também, amei a primeira impressão que tive.

  30. Mariane Maciel

    at

    “Quando te vi pela primeira vez, sabia que seria você o meu “para sempre”. Os teus olhos castanhos me mostraram o quão grande era o seu coração. Chame de destino ou do que achar melhor. Eu só tenho uma pergunta. Será isso o Amor?”

    Seria uma boa primeira frase para um romance?

    Grata!!

    • MaisaNFM

      at

      Meus deuses ficou muito bom.

  31. Mel

    at

    Estou começando um livro e a primeira frase e essa

    “Os pingos da chuva caiam suavemente sobre a pele da albina”

    Está bom ou ruim?

    • Jiji

      at

      Parece bom. Parece uma leitura a distância. Tente continuar como se narrasse uma câmera dando zoom. Ficará legal.

  32. Daniel Ribeiro da Penha Gonçalves

    at

    Gostei, li, aprendi, vou seguir a primeira frase, como poderei fazer você feliz ao meu lado, neste mundo de meu Deus?

  33. Tarcila

    at

    Tenho muitas histórias a ser contadas, amigos me falam que deveria escrever um livro, mais não sei tirar na minha mente e colocar no papel.

  34. Odineia

    at

    Gostaria de escrever uma história sobre minha
    pessoa, lugares que fui, pessoas que passaram, mas pularia algumas fases, seria legal? E o começo gostaria de saber como inicio este trabalho?

  35. Elielton

    at

    Nunca concluí essa história:

    “A passos lentos ele andava sentindo o cheiro cítrico do oceano, próximo a ele as ondas iam e vinha em sua peculiar e infinita dança, que levavam consigo para as profundezas do oceano a trilha deixada na areia pelos seus pés, parou por fim, sabia, não estava sozinho.”

    • Kim

      at

      Sem querer parecer intrometida você poderia mudar o começo,
      Ex : A passos lentos ele conseguia sentir o cheiro cítrico do oceano, próximo aos seus pés sujos de areia ele sentia a infinita dança das ondas em um vai e vem …

    • Kim

      at

      Obs : se ele está em passos lentos ele está andando

    • MaisaNFM

      at

      muito bom esse começo, eu fiquei bem curiosa aqui para saber o resto.

  36. Marta

    at

    muito incrível este teu texto! Quero ser orientada por você!

  37. Pedro H. R.

    at

    “Assim como eu olhava todos os dias o horizonte a fim de buscar nada, eles seguiram as suas melodias ao meu encontro…. E isso me mudou.”

    Finalmente consegui desenvolver algo próximo graças a esse artigo, é complicado, a minha ideia é boa, mas colocar em prática é um desafio em tanto, é muito bom ver pessoas assim ajudando. OBRIGADO xD

    • Fernanda

      at

      Fiquei interessada em ler o restante! Adorei esse inicio! Seu livro seria sobre o que?!

  38. Bia

    at

    Fazer uma pessoa quase quebrar a cabeça é muito fácil. Basta estudar pouco física, chegar atrasada na aula sem dar tempo de revisar nada e fazer a prova! Não é fácil? Agora fiquei louca pensando sozinha, mas pouco me importo. Arrumei minha mochila assim que o professor disse que ia recolher as provas. Suspirei aliviada, hoje é o último dia de “aula” no terceiro ano do ensino médio.

    • Bia

      at

      Não sei se é um bom começo…

    • Daniele

      at

      Gostei, bem jovem e causa curiosidade em saber mais!

  39. Shelsea Lucia

    at

    Paulo, está optimo

  40. Ana

    at

    Como iniciante e tudo o mais, não consigo distinguir as diferenças dos personagens principais de outros como coadjuvantes que aparecem durante o decorrer da História. Como por exemplo: quando se encaixam tribos. Não que necessariamente sejam índios.
    Mais algo do tipo.
    Obrigada.

  41. Paulo Ricardo Claus

    at

    4:13 a.m., é a hora que mostra o relógio de cabeceira nessa madrugada, e Tácio Hughes mais uma vez desapontado com esse despertar não previsto, admite mais uma vez que está derrotado pela insônia que vêm o pegando nos últimos dias. Resolve então levantar e ir ao deck sobre o rio Iguaçu para espairecer os seus pensamentos. Ele parece estar precisando dos benefícios que o som do rio sendo compassado pelo coaxar dos sapos e o cricrilar dos grilos fazem para harmonizar toda a bagunça que existe dentro do seu intelecto.

    Está bom pra um começo?

  42. Ju

    at

    “—E como eu seguro isto, exatamente? —Perguntou o garoto olhando para a lâmina entre seus dedos com certa dúvida. ”

    É um bom inicio?

    • Daniele

      at

      Agora fiquei curiosa! Gostei do início dá vontade de ler mais…

    • Luigi Bonvenuto

      at

      Ótimo início. Desperta interesse e vontade de ler o livro.

  43. Stephanie

    at

    Acabei de começar esse, lendo suas dicas… porém não sei se ficou bom..

    Capitulo 1

    Solar C
    Sala de interrogação

    – Então você não vai falar nada?
    Diz o policial ao homem ensanguentado na cadeira.
    Mas nesse momento o mesmo não estava prestando atenção, pois começou a ter flashes do seu passado.
    – Tudo bem então, se você quer mais derramamento de sangue é isso que terá.
    ……………………………

    Não sei se a ultima frase ficou boa…

    • Stephanie

      at

      Mudei uma coisa ou outra…

      Capitulo 1

      Torre Central
      Sala de interrogação

      – Então você não vai falar nada?
      Diz o policial ao homem ensanguentado na cadeira.
      O homem dá uma pequena risada e continua quieto.
      – Tudo bem então, se você quer mais derramamento de sangue é isso que terá.
      Mas nesse momento ele não estava se importando muito com o que ia acontecer dali por diante, e começou a ter flashes do seu passado.

  44. João Gabriel

    at

    ” Sem querer transformo em pó minha professora de iniciação à álgebra” O Ladrão de raios de Rick Riordan.

  45. Rafaela

    at

    Eu costumo começar com a fala de algum personagem. Ex.:

    — Ah não! Já estou atrasado! — Pedro resmungou por entre os dentes olhado para o relógio em seu pulso. Então apressadamente pegou sua pasta de trabalho e saiu pela porta de seu apartamento às pressas.

    Fica bom assim?

    • Juliano Martinz

      at

      O fato de começar com a fala de uma personagem não interfere em nada. Mas ainda assim, é preciso cuidar de que a fala ou a descrição dos eventos contextuais atraiam a atenção. Por exemplo:
      – E a todos os meus caros e amados espectadores, desejo um excelente dia – concluiu Roberto, um centésimo de segundo antes da guilhotina separar a cabeça de seu corpo franzino.

      • Ichiru

        at

        Uau!

      • Higineth Vicente

        at

        Olá juliano!!

        Estou a gostar muito das tuas dicas.

        Quero escrever um livro acerca da minha vida, mas não sei como começar.

        Quero contar minha história dos 6 aos 18 anos de forma bem resumida e adapta-lo a esta fase dos 25 anos, que tambem estará inclusa.

        por favor, da-me algumas dicas

    • kauane

      at

      Ficou muito legal, e parecido com os incríveis começos de livros famosos, um deles que estou lendo é “SE EU FICAR”. Parabéns…

  46. Adriano

    at

    “Era inevitável: o cheiro de amêndoas amargas lhe lembrava sempre o destino dos amores contrariados.”.

    Matador… ; )

  47. mariana schurr

    at

    gostaria de uma opinião… iniciei um livro assim… (ainda não foi publicado) rs..

    Asklabanca tinha tudo que um jovem desejava, muitos shoppings e muita diversão, apesar de toda população se conhecerem.

  48. barbara

    at

    Olá, tudo bem?
    Vai parecer realmente ridículo a minha pergunta, porém, sou iniciante e gostaria de conselhos. Bom, como eu poderia indicar um pensamento de um personagem, entre aspas ou de alguma outra forma? Além disso, em algumas partes do meu livro tem muita conversa, isso pode provocar o desinteresse do leitor? Obrigada.

    • Juliano Martinz

      at

      Oi Barbara… Há autores que simplesmente colocam os pensamentos em itálico. Outros referenciam o pensamento na própria frase. Por exemplo:
      Com certeza, essa porcaria não vai dar certo, pensou Natalia.
      Essa última opção é a melhor.
      Utilizar aspas não fica bom. Polui demais o texto.
      Quanto a outra pergunta, muito depende do contexto. Se a conversa entre as personagens for bastante interessante, ela pode se estender. Mas procure utilizar algumas descrições, eventualmente, entre as falas. Apenas para quebrar a constância do diálogo.

  49. MAX

    at

    “em torno do sol”….
    Raiou o dia, meio cinza; entre frestas de nuvem um sol de ouro desponta. Uma arvore se arrepia toda pois o tempo já havia virado, de meio quente a frio. Folhas caem e são levadas pelo vento. Grunhidos seguidos de três longos bocejos vem de um tronco.
    Um menino! exclamou o macaco.

  50. angelakatia

    at

    Eu tenho dúvidas com minhas primeiras frases. É o desafio de começar.

  51. Conhece o livro do Olavo de Carvalho: O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota?
    Então foi a primeira frase, uma pergunta me fez continuar o lendo.
    “Você conhece pessoalmente algum idiota?”

    Não estou destacando o fato do cara escrever muito… mas o de me fazer querer dar fim em um livro de 594 páginas.

    Estou estudando para causar um o mesmo impacto com a simplicidade de uma pergunta.
    Valeu pelas dicas Juliano.

    • Juliano Martinz

      at

      Sim, já li “O Mínimo”. Sem dúvida, uma primeira frase impactante.

  52. Natalia

    at

    O tempo parou, e tudo á sua volta estagnou, a cidade vista naquela janela, parecia ser um velho quadro pintado a óleo; apenas seus pensamentos fluíam á velocidade de um verdadeiro tufão… a vida não poderia acabar assim!
    Mas o que poderia Manuel encontrar naquele velho Baú, esquecido no tempo, ali guardado, naquele velho sótão, daquele casarão há muito abandonado?
    Será que a revelação de um segredo tem a força de mudar o destino de uma cidade?
    Será que Manuel poderá suportar a força da verdade?
    Manuel não tinha tempo para pensar, uma só pergunta invadia seu espírito como uma bomba relógio, que contava os minutos finais:
    – Poderei eu salvar o destino desta cidade?
    A resposta estava ali e Manuel sabia…. não havia tempo a perder….

    • Thayna

      at

      Isso é um conto? Eu adorei a forma como foi escrita. Queria conseguir escrever assim.

    • Docinho

      at

      Boa! Foi bem excitante.

    • ana

      at

      oi, posso usar isso?

  53. jucimara Nascimento

    at

    Eu sempre gostei de escrever em primeira pessoa, mas acabo misturando tudo, pois quero expressar os sentimentos dos personagens. Queria ter uma ajuda…

    • Juliano Martinz

      at

      Esta é a limitação da primeira pessoa, Jucimara. Por isso, neste caso, você poderia tentar explorar novos horizontes, e escrever alguns contos em terceira pessoa.

    • jessemendes

      at

      Escreva em primeira pessoa, mas alterne o ponto entre o ponto vista de cada personagem(essa mudança ocorre de um capítulo para o outro mas pode valer-se da criatividade), como ocorre no livro “Ele disse,ela disse” de Clarice Candeias, e com a alteração de pontos de vista semelhante a de “As crônicas de gelo e fogo”

      • Rebeca

        at

        Desculpe-me a intromissão, mas eu não consigo não corrigir um erro, então… Na verdade “Ele disse, ela disse” é de Thalita Rebouças.

    • Juan Esdras

      at

      Olá, Juci. Não sou escritor profissional e tampouco estou estudando para, mas escrevo algumas histórias sempre que tenho tempo e também me deparei com esse mesmo problema que você. No fim, achei uma saída alternativa para mesclar a primeira e terceira pessoa. Eu escrevo em primeira pessoa com o diferencial de que o personagem está narrando a história para outra pessoa ouvir tipo um avô contando aos netos, sabe? Desse modo você tem mais liberdade para explorar as emoções das outras personagens com frases do tipo: “Fulano me falou, pouco tempo depois, que ele não se sentiu confortável com aquela viagem desde o início ao fim, ele estava de fato muito desanimado”.

      Espero ter ajudado :)

  54. Bruno Sanches

    at

    Depois disso eu acho que minhas primeiras frases não são interessantes.

    • Kaos-senpai

      at

      Nós achamos, nós 😔✊

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